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Ministérios de Temer: Esplanada deixa de ter mulheres
Criado em 12/05/16 13h55
e atualizado em 16/05/16 16h57
Por Leandro Melito
Brasília - Com o anúncio dos novos ministros do governo interino de Michel Temer, a participação de mulheres no Poder Executivo Federal sofreu um retrocesso e voltou ao patamar do governo de Ernesto Geisel (1974-1979).
No período democrático, o governo Temer é o primeiro a não ter nenhuma representante do sexo feminino na Esplanada. O governo Dilma foi o que teve o maior número de mulheres nos ministérios. Foram 18 durante os seis anos de seu governo. O segundo é o governo Lula que abrigou 11 mulheres na Esplanada entre 2003 e 2011.
Confira a lista completa de ministros de Michel Temer [2]
Os três presidentes anteriores, Fernando Henrique Cardoso (1995-2003), Itamar Franco (1992-1995) e Fernando Collor (1990-1992) nomearam duas mulheres cada um e José Sarney (1985-1990) apenas uma. Durante o governo Dilma, a porcentagem de mulheres nos ministérios diminuiu de 18,9% em 2010 para 12,9% em 2015 após a última reforma ministerial.
Confira quem foram as ministras mulheres durante os dois governos de Dilma Rousseff:
Na formação do primeiro governo Dilma, nove mulheres foram empossadas como ministras em um total de 37 ministérios, o que corresponde a 24,3%. Faziam parte do governo nesse momento Mirian Belchior (Planejamento), Ideli Salvatti (Pesca e Aquicultura), Maria do Rosário (Direitos Humanos), Tereza Campelo (Desenvolvimento Social), Ana de Hollanda (Cultura), Iriny Lopes (SPM), Helena Chagas (Secom), Luiza Bairros (Políticas de Promoção da Igualdade Racial) e Izabella Teixeira (Meio Ambiente).
Já no segundo mandato, o número de mulheres na Esplanada diminuiu para 15,3% do total de ministérios, sendo seis mulheres para um total de 39 pastas [3]. Fizeram parte do governo naquele momento Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento); Nilma Lino Gomes (Secretaria de Política de Promoção da Igualdade Racial), Tereza Campello (Desenvolvimento Social), Ideli Salvatti (Direitos Humanos), Izabella Teixeira (Meio Ambiente) e Eleonora Menicucci (Políticas para Mulheres).
Após a última reforma ministerial realizada em 2015, que diminuiu o número de ministérios para 31, a porcentagem de participação das mulheres caiu para 12,9% com quatro mulheres no comando de pastas na Esplanada. Integravam nesse momento o governo Kátia Abreu (Agricultura), Nina Lino Gomes (Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos), Tereza Campello (Desenvolvimento Social) e Izabella Teixeira (Meio Ambiente).
Antes de seu afastamento o número de mulheres com pastas nos ministérios subiu para seis com as ministras interinas Inês da Silva Magalhães, que assumiu interinamente Cidades com a saída de Gilberto Kassab e Eva Maria Cella Dal Chiavo, que assumiu a Casa Civil interinamente após a nomeação de Lula para a pasta ser barrada pelo STF.
Legislativo
No último dia 27, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou no final da noite a criação da comissão da Defesa dos Direitos da Mulher [4], em meio a críticas da bancada feminina na casa. Entre os questionamentos, estão assuntos de interesse das mulheres que não serão discutidos na comissão. O texto do relator João Campos (PRB-GO) estabelece que a questão dos nascituros passa a ser responsabilidade da Comissão de Seguridade Social e a remuneração das mulheres será tratada pela Comissão de Trabalho e Serviço Público.
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