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Terroristas da Al Qaeda no Iraque e na Síria anunciam fusão
Criado em 09/04/13 09h59
e atualizado em 09/04/13 10h01
Por © Rádio França Internacional [2]
Líder da Al Qaeda no Iraque, Abu Bakr Al Bagdadi, disse nesta terça-feira (9) pela primeira vez que a frente jihadista Al Nosra, que combate o regime de Bashar al-Assad na Síria, é um braço da organização terrorista iraquiana. O objetivo dos extremistas, segundo Bagdadi, é instaurar um estado islâmico na Síria. "Daqui para frente, o grupo passa a se chamar Estado Islâmico do Iraque e do Levante", diz o comunicado.
A mensagem do chefe terrorista, divulgada em vários sites que pregam a guerra santa na internet, é publicada no dia seguinte a um atentado suicida que deixou 15 mortos e 146 feridos no centro de Damasco. Até agora, a frente Al Nosra era apenas suspeita de ligação com a Al Qaeda do Iraque. O grupo sírio realizou vários atentados nos últimos meses e passou a figurar, desde dezembro, na lista de organizações terroristas dos Estados Unidos. Os membros da Al Nosra combatem o regime de Assad ao lado de outros grupos rebeldes.
"Chegou a hora de proclamar aos insurgentes e ao mundo que a frente Al Nosra é um braço do Estado Islâmico do Iraque (ISI), a principal organização afiliada da Al Qaeda", declarou Bagdadi. Ele afirma estar aberto a alianças com outros grupos jihadistas, à condição que a Síria e seus cidadãos "sejam governados pelos princípios ditados por Alá". "A democracia não deve ser a recompensa após a morte de milhares de combatentes", declarou. O chefe terrorista informou que a Al Qaeda do Iraque nomeou Abu Mohamad al-Julani como chefe da Al Nosra.
A Al Qaeda no Iraque foi a primeira organização do movimento jihadista a incitar seus simpatizantes a combater o regime de Damasco, que eles chamam de "noussaïris", um termo pejorativo para se referir aos alaouítas, a minoria heterodoxa à qual pertence o clã Assad. De acordo com relatos publicados em fóruns jihadistas, centenas de combatentes cruzaram a fronteira do Iraque com a Síria para lutar contra o regime. Esta é uma das razões evocadas por países contrários ao envio de armas aos rebeldes. Existe o temor de que elas acabariam em mãos dos terroristas, que se fortaleceriam na região.
A guerra civil na Síria completou dois anos em março e já deixou mais de 70 mil mortos, segundo a ONU.
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