Líder mapuche Aucán Huilcamán, do Conselho de Todas as Terras, ao lado de manifestantes com cartazes

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Presidente do Chile descarta reconhecimento de autonomia mapuche

Criado em 17/01/13 21h07 e atualizado em 17/01/13 22h22
Por Portal EBC*

Piñera anuncia que vai utilizar lei antiterrorista contra ataques
O presidente Sebastiãn Piñera defendeu uso de Lei Antiterrorista (Alex Ibañez / Presidência do Chile)

O presidente do Chile, Sebastián Piñera, afirmou nesta quinta-feira (17) que seu governo não está disposto a reconhecer a autonomia das comunidades mapuche, sob o argumento de que não se pode “colocar em risco a unidade do país”.

A reivindicação foi reiterada nesta quarta-feira (16) em uma cúpula [2] convocada pelos povos indígenas do Sul do Chile para discutir a escalada de violência na região. A assembleia foi realizada em uma comunidade próxima a Temuco, capital da região de Araucania, onde nas últimas semanas foram registrados diversos incêndios criminosos. No dia 04 de janeiro, um incêndio provocado por encapuzados [3]causou a morte de um casal de fazendeiros e levou o governo a acionar a Lei Antiterrorista [4] e aumentar o contingente policial na região para combater os crimes.

A Lei Antiterrorista, aprovada durante a ditadura militar de Augusto Pinochet (1973-1990) e reformada durante a democracia em três ocasiões, outorga

Cúpula mapuche define reivindicações ao Chile
Líder mapuche Aucán Huilcamán, do Conselho de Todas as Terras, ao lado de manifestantes com cartazes (Foto: Nación Mapuche)

poderes especiais às forças policiais e agrava a qualificação penal dos delitos considerados como atos terroristas.

Um dos objetivos da cúpula foi discutir  a escalada de violência em Araucanía, palco de disputa histórica por terra entre indígenas, fazendeiros e o governo. Os mapuche pediram o avanço da “autodeterminação” dos povos originários, exigiram que o Estado chileno peça perdão aos indígenas e coloque fim a utilização da Lei Antiterrorista na região.

Piñera defendeu a aplicação da lei para “manter o estado de direito” e afirmou que ela “não é contra o povo mapuche”, mas contra os que optaram pelo terrorismo. “Vamos combater em qualquer lugar do Chile, qualquer que seja a etnia ou a cor”, insistiu.

O governo anunciou o “Plano Araucanía”, um programa de desenvolvimento que contempla o investimento de cerca de 4 milhões de dólares na região e trabalha em um projeto para o reconhecimento constitucional do povo mapuche.

Com informações das agências públicas da Argentina, Télam [5] e de Cuba, Prensa Latina [6]

Creative Commons - CC BY 3.0

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