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Oposição repudia acusação contra camponeses por massacre que derrubou Lugo

Criado em 17/12/12 18h12 e atualizado em 17/12/12 19h30
Por Portal EBC Fonte:Prensa Latina e IPParaguay [2]

Curuguaty
Curuguaty foi conflito que justificou o impeachment do presidente paraguaio (Natália Viana / Agência Pública)

O fiscal paraguaio Jalil Rachid acusou oficialmente neste domingo,  14 camponeses como únicos responsáveis pelo  violento despejo ocorrido no dia 15 de junho, que culminou no impeachment de Fernando Lugo. No episódio, que ficou conhecido como o massacre de Curuguaty,  morreram 11 camponeses e 6 policiais. A Fiscalía, espécie de Ministério Público paraguaio, acusou por tentativa de homicídio doloso, associação criminosa e invasão de terras nove trabalhadores rurais, incluindo três mulheres - uma delas grávida - e pediu a absolvição de três pessoas.

Entenda o que aconteceu em Curuguaty [3]

Aníbal Carrillo, candidato presidencial da Frente Guasú, coalizão de 11 partidos e organizações sociais que tem o ex-presidente Fernando Lugo como candidato ao Senado, questionou a acusação durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira (17). Ele acusou a Fiscália de encobrir os verdadeiros responsáveis e acusou os fiscais de operar como cúmplices da matança. “Foram abertas as portas para uma ruptura da convivência democrática e pacífica, que corre sério risco pela desconfiança na Fiscalía e no Poder Judicial”, afirmou.

A acusação foi apresentada depois que a representação das Nações Unidas no Paraguai cobrou do presidente  Federico Franco o esclarecimento do fato [4]. Os camponeses estavam presos há seis meses sem nenhuma acusação formal.Segundo Carrillo, os fatos se originaram pela intervenção de forças externas aos camponeses. Ele afirmou que o fato de haverem francoatiradores instalados  aponta que houve uma conspiração com vias à derrubada do governo do presidente constitucional, Fernando Lugo. “A ideia dos verdadeiros responsáveis é derrubar o Estado de direito no país e chamamos a população a defender a democracia, concluiu”.

Um  informe elaborado por uma comissão independente, e desconsiderado por Rachid, inclui declarações de testemunhas, filmagens e fotos, e aponta que francoatiradores portadores de armas automáticas dispararam contra os camponeses e a polícia e que a ação foi montada para destituir o então presidente Fernando Lugo.]

Acusação

Na acusação formal, o fiscal afirma que o enfrentamento teve uma duração de 30 minutos, com presença de atiradores, que depois deixaram o local. “Todos que estavam na ocupação sabiam que algo ia acontecer, o objetivo agora será a captura dos fugitivos”, afirmou.
O fiscal disse que existem elementos suficientes para manter a acusação das pessoas processadas e afirmou que os acusados estavam no local do enfrentamento, ainda que não se possa determinar quem matou os policiais.

Defesa

O advogado Vicente Morales, da Plataforma de Estudo e Investigação de Conflitos Camponeses, sustenta que  o fiscal acusou os imputados sem contar com os elementos necessários.Morales argumentou que Rachid acusou por tentativa de homicídio e que deve provar quem são os autores das 17 mortes. “É uma investigação que está direcionada exclusivamente a responsabilizar a culpar inocentes que nada tem a ver com os fatos, que não são autores desses fatos, porque os fatos ocorreram, mas os autores devem ser buscados em outra parte. É o que penso dessa investigação”, sustentou.


Morales se mostrou surpreso que a acusação do Ministério Público tenha modificado a qualificação da causa por falta de provas. “Esta investigação tem que provar o autor do fato, que é um elemento fundamental para a condenação”, afirmou.

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