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Opereta popular feita por crianças emociona São Jorge
Criado em 01/08/14 17h03
e atualizado em 02/01/15 12h49
Por Narelly Batista
Fonte:Encontro de Culturas Tradicionais [2]
O último dia de palco do XIV Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros estava diferente na noite de quinta, 31. Algo havia mudado. Crianças, muitas crianças corriam pela rua da cidade acompanhadas da família. O público de viajantes que invade a Vila de São Jorge durante o Encontro de Culturas se misturava aos nativos. A comunidade local e de Alto Paraíso encheu as ruas da Vila naquela noite. Alguns casais andavam pela cidade carregando cadeiras e banquinhos. Um evento familiar e cheio de conhecidos dava outra cara ao ambiente.
Mais adiante, ali na casa azul ao lado do palco, muito barulho e agitação. A cidade estava mesmo diferente. A senhora de longos cabelos grisalhos e voz rouca gritava animada. “Já estão todos prontos? Vamos começar”, era a violeira Doroty Marques. Em algum momento duas menininhas, uma com um macacão de malha rosa e a outra com um macacão azul, ambas com um pisca-pisca preso à roupa, corriam e se divertiam mostrando, orgulhosas, seus figurinos para os coleguinhas e familiares que já estavam posicionados em frente ao palco. Soube então o motivo da curiosa ampliação e mudança de público do evento. As crianças do Projeto Turma Que Faz estavam prontas para se apresentar.
A história do tropeiro e a Turma
O projeto é uma iniciativa da arte-educadora Doroty Marques, patrocinado pela Petrobras, que atende cerca de 200 crianças, um grupo de Alto Paraíso e outro de São Jorge, com atividades de formação cidadã e artística. Todos os anos as crianças se preparam para a Opereta que é apresentada durante o Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros. Este ano o espetáculo intitulado “O tropeiro e a moça na janela” trouxe além de boa música e o tradicionalismo de uma personagem pouco lembrada nos dias de hoje, o Tropeiro, temas como a preservação da natureza e a importância do amor familiar.
O costume de se trocar produtos e realizar mutirões nas comunidades tradicionais do passado, seguidos de festas e muita música raiz foi representado por meio da dança, teatro e técnicas circenses, como o tecido acrobático . A cada ano os visitantes conseguem acompanhar o aperfeiçoamento dos trabalhos da Turma. Figurinos muito bem cuidados, uma elaboração grandiosa de cenário e o crescimento das crianças que passam tanto tempo se preparando (foram mais de seis meses de ensaios e planejamento) mostram a importância que a Vila dá ao resgate e a preservação da cultura tradicional.
A apresentação contou com a participação do suíço, Thomas Rohier, do violeiro paulista Noel Andrade; e de uma grande equipe de apoio. A alegria e agitação dos jovens e crianças da região, e o sentimento de inclusão e pertencimento que transparecia em cada olhar, começou no palco com a encenação e terminou no meio do público unindo a todos e esquentando a noite.
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