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Del Nero diz que contratos investigados foram firmados na gestão de Ricardo Teixeira

Criado em 27/05/15 12h40 e atualizado em 27/05/15 14h02
Por Da Agência Lusa

O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo del Nero, afirmou hoje, em Zurique, na Suíça, que os contratos investigados pela justiça norte-americana, com denúncias sobre supostos pagamentos de suborno nos contratos assinados pela CBF com uma grande marca esportiva americana e pagamentos sobre a comercialização de direitos de mídia e de marketing em vários torneios, foram assinados por Ricardo Teixeira.

“Os contratos foram assinados antes da administração de (José Maria) Marín, e não por ninguém depois”, assegurou Marco Polo Del Nero, apontando a responsabilidade de Teixeira, que dirigiu a entidade máxima do futebol brasileiro de 1989 a 2012.

Marín, que sucedeu a Teixeira à frente da CBF e deixou o cargo em abril deste ano, é um dos nove dirigentes ou ex-dirigentes e cinco parceiros da Fifa indiciados pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, acusados de conspiração e corrupção durante os últimos 24 anos.

Entre os acusados estão dois vice-presidentes da FIFA - o uruguaio Eugenio Figueredo, q e Jeffrey Webb, das Ilhas Cayman -, o paraguaio Nicolás Leoz, ex-presidente da Confederação da América do Sul (Conmebol), e Jack Warner, antigo presidente da Confederação Norte-americana de Futebol (Concacaf).

Os outros dirigentes indiciados são José María Marín, o costarriquenho Eduardo Li, membro do comitê executivo, o nicaraguense Júlio Rocha, dirigente da Fifa, o venezuelano Rafael Esquivel, membro do comitê executivo da Conmebol, e Costas Takkas, das Ilhas Cayman e dirigente da Concacaf.

Esta acusação surge depois de o Ministério da Justiça e a polícia suíça confirmarem a detenção, feita na madrugada desta quarta-feira (horário de Brasília), dos sete dirigentes, em Zurique, que se encontravam em um hotel na cidade.

Marín é atualmente vice-presidente na CBF, na administração de Del Nero, cargo que também ocupou quando Ricardo Teixeira foi presidente.

Não obstante as declarações de Del Nero em relação a Marín, a CBF já veio dizer que apoia “integralmente” as investigações na F [2]ifa [2].

“Diante dos graves acontecimentos ocorridos nesta manhã em Zurique, envolvendo dirigentes e empresários ligados ao futebol, a CBF vem a público declarar que apoia integralmente toda e qualquer investigação”, informou a entidade, por meio de nota oficial publicada em seu site oficial.

A CBF diz ainda que irá aguardar a conclusão das investigações “sem qualquer julgamento que previamente condene ou inocente” as pessoas indiciadas.

Leia o trecho do relatório do Departamento de Justiça norte-americano, que detalha as acusações contra a CBF:

"A acusação alega que, entre 1991 e até o presente momento, os réus e seus comparsas corromperam o negócio através de diversas atividades criminosas, incluindo fraude, suborno e lavagem de dinheiro. Duas gerações de autoridades do futebol abusaram de seus cargos de confiança para ganho pessoal, freqüentemente através de alianças com executivos de marketing esportivo inescrupulosos que impedem a entrada de concorrentes e mantém contratos altamente lucrativos para benefício próprio através do pagamento sistemático de suborno e propinas. As autoridades do futebol são acusadas ​​de conspiração para solicitar e receber bem mais de US$ 150 milhões (aproximadamente R$ 400 milhões) em suborno e propinas em troca do apoio oficial dos executivos de marketing que concordaram em fazer os pagamentos ilícitos.

A maioria dos esquemas denunciados no indiciamento dizem respeito à solicitação e recebimento de suborno e propinas por dirigentes do futebol pagos por executivos de marketing esportivo em conexão com a comercialização dos direitos de mídia e marketing de várias partidas e torneios de futebol, incluindo as eliminatórias da Copa do Mundo da Fifa na região da CONCACAF, a Copa Ouro da CONCACAF, a Liga dos Campeões da CONCACAF, a Copa América Centenário, organizada em conjunto pela Conmebol e pela CONCACAF, a Copa América, a Copa Libertadores da América e a Copa do Brasil, organizada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Outros esquemas alegados dizem respeito ao pagamento e recebimento de suborno e propinas em relação ao patrocínio da CBF por uma grande marca esportiva norte-americana, a escolha da sede da Copa do Mundo de 2010 e as eleições presidenciais da FIFA de 2011".

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