Imagem: Divulgação/Ministério da Cultura

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Mulheres latinas, negras, trans e refugiada dão o tom na abertura do Emergências

Criado em 08/12/15 10h12 e atualizado em 07/07/16 14h20
Por Davi de Castro Edição:Ana Elisa Santana Fonte:Portal EBC

O Emergências, encontro global promovido pelo Ministério da Cultura para debater a cultura como motor transformador da sociedade, começou nesta segunda-feira (08/12) e segue até o próximo domingo (13/12) no Rio de Janeiro. Já no primeiro dia, o evento se mostrou disposto a debater temas diversos.

Questões sociais que têm pautado as redes sociais deram o tom nas primeiras conversas. O ministro da Cultura, Juca Ferreira, destacou a luta indígena, feminista, do movimento negro, LGBTT e dos estudantes secundaristas contra retrocessos. "Precisamos refletir sobre as ameaças às sociedades democráticas e, em particular, a ameaça à democracia brasileira", disse. 

Após o discurso do ministro, a abertura oficial deu espaço a 20 mulheres, com diferentes locais de fala: negras, brancas, brasileiras, latinas, trans e uma refugiada. Elas compartilharam suas experiências de luta em causas diversas, como contra o machismo, a transfobia, a violência de gênero, o genocídio da população negra, a homofobia etc. Todas em prol da não-supressão de direitos.

A plateia, que lotou o Circo Voador, se mostrou sensível a todos os temas levantados e vibrou com cada discurso emocionado que passou por ali. Listamos alguns. Confira: 

"Quem aqui conhece uma família que teve um jovem negro assassinado por uma bala?"

Eliane Dias, produtora cultural e representante do SOS Racismo na Assembleia Legislativa de São Paulo

"As questões de putas a gente sempre trata no âmbito do Ministério da Saúde, AIDS etc. É preciso ocupar outros espaços como os daqui"

Monique Prada, trabalhadora sexual ativista e feminista, coeditora do MundoInvisivel.org

"Não instigue a discriminação contra as mulheres com HIV. Sim, temos direito de fazer sexo"

Mariana Iacono, co-fundadora do Jóvenes Positivos LAC (J+ LAC)

"Meu corpo existe e ele vai transitar por essa sociedade"

Indianara Siqueira, trabalhadora sexual e transexual feminista

#PraTeMostrarQuemSou: confira o especial multimídia sobre transexualidade [2]

"Eu entendi que não vai adiantar projetos como agência, os pontos de culturas, eventos como esse hoje do Emergências, se o jovem não tiver vivo, o jovem preto"

Ana Paula Lisboa, coordenadora de metodologia da Agência de Redes da Juventude

"Estamos na luta para barrar a reorganização, o fechamento e o retrocesso da educação"

Camila Less, presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes)

"Não podemos deixar que forças conservadoras venham jogar por terra tudo o que nós conquistamos"

Macaé Maria, secretária de Educação de Minas Gerais


 

"Queremos construir um novo 'normal'. Precisa deixar de ser normal ser perigoso ser mulher. O machismo vai me machucar, mas vai matar é a mulher preta"

Manoela Miklos, ativista e criadora da campanha #AgoraÉQueSãoElas

Emergências: Manoela Mikklos
Creative Commons - CC BY 3.0 - Emergências: Manoela Miklos. Foto: Davi de Castro/Portal EBC

 

Ao final, o público cantou em coro:

"Segura, segura, segura, seu machista, a América Latina vai ser toda feminista"

Para assistir ao Ato de abertura do Enemergências na íntegra, clique no vídeo abaixo:

Tags:  emergências [6], Emergências 2015 [7], Cultura [1], políticas de cultura [8], mulheres [9], abertura [10], feminismo [11], violência [12], racismo [13], trans [14]
Creative Commons - CC BY 3.0

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