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Conheça a história de Julio Verne, célebre escritor de ficções científicas
Criado em 24/03/15 11h03
e atualizado em 25/03/15 09h39
Por Ana Elisa Santana*
Aventuras com descrições detalhadas sobre descobertas científicas e tecnologias que sequer existiam na época foram o marco da carreira de Julio Verne. O escritor francês, nascido em 1828, morreu há exatos 110 anos, no dia 24 de março de 1905. Ainda hoje, ele é lembrado por seus romances científicos e geográficos, que incluem obras como "Viagem ao centro da terra", "Vinte mil léguas submarinas" e "A volta ao mundo em 80 dias".
Jules Verne, como era seu nome original, em francês, foi o filho mais veho de uma família burguesa de Nantes, cidade a 385km de Paris. Nantes é uma cidade portuária e biógrafos de Verne acreditam que este fato pode ter inspirado o escritor para muitas de suas obras e para o estilo que adotaria: o escritor teria passado a infância observando navios que passavam pelo local, interessando-se pela aventura que seria viajar em alto mar e pelo funcionamento das embacações.
Aos 11 anos, Verne chegou a fugir de casa e viajar em um navio, mas foi resgatado pelo pai no primeiro ponto de escala da viagem.
[2]No início da vida adulta, passou a viver em Paris para estudar Direito e seguir a carreira do pai, que era advogado. O jovem, no entanto, se interessava cada vez mais pelo teatro e literatura e escrevia pequenas histórias de viagens. Seu primeiro livro foi lançado em 1862, depois que Verne passou a trabalhar com Pierre-Jules Hetzel, editor que na época trabalhava com grandes escritores como Victor Hugo. A obra, "Cinco dias em um balão", foi um grande sucesso e lhe rendeu um contrato segundo o qual ele escreveria dois livros por ano, pelos próximos 20 anos. Verne cumpriu o acordo por 40 anos e deixou uma vasta obra, com cerca de 80 livros publicados. Ele nunca parou de escrever: queria chegar à marca de 100 livros publicados.
Para escrever, Julio Verne se baseava em uma vasta pesquisa, interessando-se por regiões ainda pouco conhecidas e estudos científicos ainda em estágios iniciais. A tudo isso, ele unia a aventura e imaginação. Sua obra foi considerada futurista e até mesmo fantasiosa, pois muitos não acreditavam que seria possível a existência de tantos elementos que ele incluía em sua obra. No entanto, muitos deles se confirmaram:
Avião e helicóptero
[3]
No livro Robur, o conquistador, de 1886, Júlio Verne descreveu um protótipo de veículo voador, o Albatroz. Mesmo com a existência dos balões aerostásticos, o escritor foi considerado ousado por pensar em um veículo mais pesado do que o ar;
Conquista da Lua
No romance Da Terra à Lua, publicado em 1865, Verne descreveu o que ocorreria mais de 100 anos depois, em 1969;
Computador
Na obra Paris no século XX, que foi publicada após a sua morte, apenas em 1989, o escritor descreve instrumentos "que se assemelham, com efeito, a um grandes piano; pressionando as teclas de um painel, obtinha-se totalmente as somas, as subtrações e as multiplicações";
Internet
Em A Ilha de hélice, de 1895, Julio Verne fala sobre livros iconográficos, dos quais saíam a voz de um leitor, e também cita o uso de corrente elétrica para a transmissão de dados e informações, além de vozes e imagens.
Chegada aos Polos da Terra
O livro O capitão Hatteras, de 1867, conta a história da expedição que leva o mesmo nome de seu capitão, cujo objetivo é chegar ao Pólo Norte. A obra foi publicada 40 anos antes do Robert Edwin Peary chegar ao Pólo Norte, em 1909.
Com seus livros, Julio Verne acabou recebendo o título de precursor do gênero ficção científica. A obra de Verne segue as regras francesas de direitos autorais, que consideram trabalhos intelectuais de domínio público 70 anos após a morte do autor. Por isso, seus títulos estão disponíveis para o público e é possível encontrar parte deles, em diversas línguas como o francês, inglês e espanol, no site Domínio Público [4], do governo brasileiro. Abaixo, nós colocamos também alguns deles:
A Volta ao Mundo em 80 Dias, de 1873
Conta a história do Mr. Phileas Fogg, um cavalheiro inglês rico e enigmático. Em uma conversa sobre um roubo ao Banco da Inglaterra, ele afirma que o ladrão pode estar em qualquer lugar do mundo, uma vez que é possível dar uma volta completa no globo em apenas 80 dias. Seus colegas duvidam da possibilidade e fazem uma aposta. E então, por 20 mil libras, ele parte de Londres ao lado de seu criado, Jean Passepartout, e juntos eles viajam por Suez, Bombaim, Calcutá, Hong Kong, okohama, São Francisco e Nova York. O livro é considerado um dos mais importantes da história mundial, e inspirou adaptações no cinema e teatro. Clique aqui para baixar [5].
Viagem ao Centro da Terra, de 1864
Um dos primeiros livros de Verne, o livro conta a história de Otto Lidenbrock, professor de geologia que decifra uma manuscrito e descobre que se descesse a cratera do vulcão Sneffels, na Islândia, antes do início de julho, poderia chegar ao centro do planeta Terra. A obra é uma mistura de ficção com real é narrada em primeira pessoa por Axel, um menino que é sobrinho de Otto Lidenbrock. O clássico foi adaptado para o cinema duas vezes, em 1950 e em 2008. Clique aqui para baixar [6].
Da Terra à Lua
Conta a história de uma organização americana especializada em armas de fogo e canhões chamada Gun Club, cujos membros têm a ideia de construir um canhão capaz de arremessar um projétil cilíndrico - com três astronautas - para a Lua. A nave, após lançada, acaba entrando em órbita na lua e o desfecho dos astronautas é contado no livro À roda da Lua. Uma curiosidade sobre o livro é que o local de partida da nave em Tampa, nos EUA, apenas a 30 km de distância de onde sairia a Apollo 11 cerca de mais anos depois, na primeira jornada para a Lua feita pelo homem. Clique aqui para baixar [7].
*Com informações de Ronaldo Rogério de Freitas Mourão no Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul [8]
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