Helena Ignez em cena de Copacabana Mon Amour

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Dez anos após sua morte, Rogério Sganzerla tem filme restaurado

Criado em 09/01/14 17h24 e atualizado em 09/01/14 20h15
Por Leandro Melito

Dez anos após sua morte [2], o diretor de cinema catarinense Rogério Sganzerla terá a exibição da primeira cópia restaurada de um de seus filmes nesta quinta-feira (09). A cópia de Copacabana Mon Amour (1970), terceiro longa-metragem de ficção dirigido por ele será exibida no Cinesesc em São Paulo gratuitamente às 20h30.

Ao longo de sua vida, o cineasta produziu 30 filmes entre longas, vídeos e curtas-metragens. O filme tem como protagonista a atriz Helena Ignez, mulher com quem foi casado e teve duas filhas, Sinai e Djin.

Confira galeria de imagens do filme Copacabana Mon Amour

Helena está hoje à frente da Mercurio Produções, que mantém o acervo do diretor. A restauração do filme se viabilizou por meio de um edital da Petrobras. “A parte de restauração e memória é duas vezes mais difícil que a produção e realização, que já não é fácil”, considera.

Em entrevista por telefone, Helena revela que ainda existem roteiros e textos inéditos de Sganzerla que ela pretende tornar públicos por meio de um projeto que levará o nome de um dos documentários do diretor: Tudo é Brasil. A proposta é disponibilizar esse material em um acervo público, que funcione como um centro de estudos. Porém, ela ainda não conseguiu um edital que financie a empreitada.

Novas gerações

Helena considera que as obras de Sganzerla passam por um “processo de avaliação e conhecimento das novas gerações” e se mantém modernas ainda hoje. “O modernismo é não ser atual, é ser eternamente contemporâneo. A obra de Rogério tanto literária quanto cinematográfica é para o futuro, traz uma perspectiva de conhecimento para o Brasil e de auto-conhecimento”.

Belair

O filme Copacabana Mon Amour foi realizado pela produtora Belair, fundada em parceria com Helena Ignez e o cineasta Júlio Bressane, depois que os filmes O Bandido da Luz Vermelha (1968) e A Mulher de Todos (1969) alcançaram sucesso de bilheteria e crítica e projetaram Sganzerla como diretor.

O experimentalismo estético, já apresentado nos filmes anteriores, também se aprofundou em um diálogo maior com o movimento tropicalista. A trilha sonora do filme é assinada por Gilberto Gil e foi lançada também em disco. Helena considera que a radicalidade do filme se deve ao contexto de repressão da época. “Todos os três [filmes] são radicais, mas ele [Copacabana] foi inserido no momento brasileiro que refletiu no próprio filme, que foi o endurecimento da ditadura militar”, reflete.

Após seis filmes produzidos em seis meses de existência, a Belair deixou de existir em razão do aumento da repressão militar e os sócios deixaram o Brasil para se exilarem em Londres.

Sinopse

Copacabana Mon Amour

Direção: Rogério Sganzerla. Brasil, 1970, 85', 16 anos.

Elenco: Helena Ignez, Otoniel Serra, Paulo Villaça, Guará, Joãozinho da Goméia, Laura Galano.

Sônia sonha ser cantora da Rádio Nacional e, para conseguir sobreviver, se entrega a turistas em Copacabana. Seu irmão Vidimar, empregado doméstico do Dr. Grilo, apaixona-se pelo patrão. A mãe de Sônia e Vidimar acha que ambos estão possuídos pelo demônio. Sônia, que vê espíritos baixarem em seres e objetos os mais estranhos, resolve procurar o pai de Santo Joãozinho da Goméia.

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