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Chikungunya: Venezuela eleva para 86 os casos confirmados de febre pelo vírus
Criado em 27/07/14 17h03
e atualizado em 28/07/14 13h15
Por Agência Lusa
As autoridades venezuelanas emitiram neste domingo (27) um comunicado confirmando a existência de 29 novos casos de febre causados pelo vírus Chikungunya o que eleva para 86 o número total de registros no país.
"Com estes novos pacientes, somam-se 30 casos de transmissão local registados na Venezuela e 56 os casos importados do Caribes", explica o médico Jesus Toro, diretor-geral de Saúde Ambiental, num comunicado do Ministério de Saúde.
Segundo ele oito dos 29 novos casos foram importados, principalmente da República Dominicana e do Haiti.
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Entre o total de casos, encontram-se ainda 21 pessoas infectadas "sem antecedentes de saída" da Venezuela, em três estados do centro do país - 17 em Arágua, duas em Guárico e duas em Carabobo -, estando em curso uma "investigação epidemiológica para determinar se há mais pessoas infetadas, e tratar de localizar os cidadãos que originaram a transmissão" do vírus.
A confirmação destes 86 casos quase duplica os números anunciados há duas semanas, em 12 de julho, quando as autoridades venezuelanas confirmavam a existência de 45 casos.
Entretanto, as autoridades intensificaram campanhas de alerta sobre a transmissão do vírus e de estímulo à fumigação e eliminação de eventuais locais que favoreçam a proliferação do mosquito aedes aegypti, que transmite a dengue, mas cuja fêmea é vetor de transmissão do Chikungunya.
O que é o vírus Chikungunya?
O nome Chikungunya tem origem na língua Kimakonde, falada no norte de Moçambique e na Tanzânia, e significa "tornar-se contorcido", uma referência à aparência das pessoas infectadas, que se contorcem devido a dores nas articulações.
Identificada pela primeira vez na Tanzânia, no início de 1952, a doença tem causado surtos periódicos na Ásia e no continente africano, desde 1960.
Entre 2001 e 2011, diferentes países notificaram casos de Chikungunya, doença que só nos anos 2005-2006 infectou mais de 272 mil pessoas nas ilhas Maurícias e Reunião, onde se presume que se tenha sido detectado o vetor.
Em 2006, um surto da epidemia atingiu a Índia, que assinalou mais de 1,5 milhões de casos. No ano seguinte, a migração de pessoas infectadas terá introduzido o vírus numa aldeia costeira de Itália e que registou na altura 197 casos.
Os sintomas de Chikungunya aparecem entre o quarto e o sétimo dias, após o paciente ter sido picado por um mosquito infectado. Febre alta (até 40° C), dor e inchaço nas articulações (especialmente na parte inferior das costas, tornozelos, joelhos, pulsos ou falanges), aparecimento de pequenas pústulas na pele, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e fadiga são os sintomas que caraterizam a virose.
As autoridades venezuelanas desaconselham a auto-medicação e recomendam repouso, ingestão de abundante de água, para hidratação, e tratamento "somente com 'acetaminofén' [paracetemol]", supervisionado por um médico.
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