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Novo papa Francisco I inova na escolha do nome
Criado em 13/03/13 18h17
e atualizado em 14/03/13 10h52
Por Léo Rodrigues*
Fonte:Portal EBC

O argentino Jorge Mario Bergoglio, anunciado como novo papa, escolheu ser chamado de Francisco. É a primeira vez que o ocupante da cadeira mais alta do Vaticano será denominado dessa forma.
A escolha é pessoal. A partir do momento em que o Conclave define o novo papa, o decano do Colégio Cardinalício indaga o eleito se aceita a posição de Sumo Pontífice e, em seguida, faz a pergunta: "Quo nomine vis vocari?" (Como quer ser chamado?).
Em tese, qualquer nome pode ser escolhido. Mas, na prática, os pontífices costumam seguir um padrão. Se por um lado, o papa Francisco I inova na escolha do nome, por outro, ele segue uma regra que tradicionalmente orienta as escolhas. A maioria deles opta por nomes dos apóstolos ou de santos. A decisão do novo papa foi provavelmente uma homenagem à São Francisco de Assis.
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Há uma segunda possibilidade de homenagens. Na Antiguidade e na Idade Média haviam pontífices que usavam seus nomes de batismo: Leão, Pio, Silvestre, etc. Com o tempo, surgiram papas que optavam por nomes de antecessores que exerceram um bom pontificado.
A escolha é, algumas vezes, uma forma de indicar opiniões: a homenagem a um antigo pontífice ou a um santo pode significar que certos valores irão guiar o novo pontificado. O último papa Bento XVI explicou que sua escolha foi uma forma de se unir, idealmente, à Bento XV, "que guiou a Igreja num período atormentado por causa do primeiro conflito mundial".
Existem papas que inovam: em 1978, por exemplo, o italiano Albino Luciani fez a opção por um nome duplo, João Paulo I, em homenagem aos seus dois antecessores imediatos, João XXIII e Paulo VI. A escolha foi também repetida pelo seu sucessor, Karol Wojtyla.

Escolhas mais comuns
O nome mais utilizado é João. O último pontífice a escolher este nome foi Angelo Giuseppe Roncalli, João XXIII, em 1958. Entre os nomes mais usados, também estão Gregório e Bento.
Outros nomes que aparecem repetidamente nos dois mil anos de história do papado são Clemente, Inocêncio, Leão e Pio. Há, porém, alguns nomes bíblicos que ainda não foram utilizados, como José, Tiago, André e Lucas.
História
A escolha de um novo nome para o Sumo Pontífice é uma tradição da Igreja Católica que remonta à passagem bíblica da escolha do primeiro papa, quando Jesus Cristo disse à Simão: "Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus".
Segundo a crença católica, o novo nome sela um novo nascimento: significa a passagem de uma vida, iluminada pela resposta ao chamamento de Deus, para um ministério que renova esta vocação na sucessão apostólica.
* Com informações da Rádio Vaticana
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