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ONU aponta que mais de 60 mil pessoas morreram em conflito na Síria
Criado em 02/01/13 15h30
e atualizado em 02/01/13 15h35
Por Agência Lusa
Genebra, 02 dez (Lusa) - Mais de 60 mil pessoas foram mortas desde o início do conflito na Síria em março de 2011, anunciou hoje o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos.
O Alto Comissariado reuniu uma lista com 59.648 pessoas mortas na Síria desde o início do conflito até o final de novembro de 2012. "Dado que o conflito continuou sem abrandar desde o final de novembro, podemos concluir que mais de 60 mil pessoas foram mortas até ao início de 2013", declarou a Alta Comissária da ONU, Navi Pillay, em comunicado.
O maior número de mortos foi registado em Homs (12.560), na periferia rural de Damasco (10.862), em Idleb (7.686), em Alepo (6.188), em Deraa (6.034) e em Hama (5.080). "O número de mortos é muito mais elevado do que o esperado e verdadeiramente chocante", acrescentou.
"O fracasso da ação da comunidade internacional, em particular do Conselho de Segurança, para travar este banho de sangue envergonha-nos a todos", escreveu Pillay.O balanço das Nações Unidas é superior ao do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), uma organização não-governamental próxima da oposição, que indicou recentemente que a guerra civil fez mais de 46 mil mortos.
A análise estatística divulgada pelo Alto Comissariado das Nações Unidas foi feita pela Benetech, uma instituição com sede nos Estados Unidos e, segundo a ONU, com "grande experiência na análise estatística de dados relativos a violações dos direitos humanos". Os números indicam que no verão de 2011 registaram-se em média mil mortes por mês, mas a partir de julho de 2012 passaram a ser de mais de 5 mil mortes por mês, de acordo com a análise feita ao longo de cinco meses.
A lista foi feita com dados provenientes de sete fontes diferentes, incluindo o Governo sírio. Na maior parte dos casos documentados, os mortos são homens, mas a análise não permitiu fazer uma distinção clara entre combatentes e não combatentes."Assistimos a uma proliferação de crimes graves cometidos pelas duas partes (forças do governo e rebeldes), incluindo crimes de guerra e muito provavelmente crimes contra a humanidade", denunciou Pillay.
Há vários meses que as Nações Unidas não publicavam dados sobre o número de mortos na Síria. Em dezembro de 2011, a Alta Comissária dos Direitos Humanos disse no Conselho de Segurança da ONU que perto de 5 mil pessoas tinham sido mortas pelas forças de segurança sírias, mas em janeiro de 2012 declarou que a ONU não estava em condições de atualizar o número de vítimas.
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