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Enviado da ONU chega à Síria para propor trégua
Criado em 19/10/12 19h04
e atualizado em 19/10/12 19h30
Por Télam
O enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Síria, Lakhdar Brahimi, chegou a Damasco nesta sexta-feira (19), para propor uma trégua temporária durante uma festividade muçulmana que acontecerá na próxima semana, proposta que tem o respaldo da Turquia e da Alemanha, em meio aos novos combates entre o exército sírio e opositores armados.
A necessidade de que a iniciativa de trégua prospere se tornou mais urgente depois que ativistas opositores denunciaram nos últimos dias intensos bombardeios do exército contra cidades onde operam os insurgentes, que querem derrubar o regime de Bashar Al Assad. O avião do representante argelino Brahimi chegou ao aeroporto de Damasco na madrugada para iniciar sua visita de vários dias à Síria. Neste sábado está prevista uma reunião entre o diplomata da ONU e o chanceler sírio Walid Al Moallem.
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Cessar fogo
Na última semana, Brahimi pediu cessar fogo a ambos os lados do conflito civil na Síria durante os quatro dias da festividade muçulmana de Eid al Adha (Festa do Sacrifício), que tem início na próxima sexta-feira. O governo sírio expressou esta semana “compromisso” com as iniciativas dos mediadores internacionais, mas os opositores mostraram dúvidas em relação ao posicionamento de Damasco e defendem um cessar fogo indefinido.
O chanceler turco, Ahmed Davutoglu, disse nesta sexta que o exército e os insurgentes devem cessar as hostilidades “pelo menos” durante a Festa do Sacrifício. O ministro disse que a oposição, apoiada pela Turquia, também deve acatar a trégua.
O ministro de Relações Exteriores alemão, Guido Westerwelle, também defendeu o cessar fogo, que classificou como “um importante vislumbre de esperança para o povo da Síria”. Outros países se uniram aos chamados de paz, inclusive o Irã, aliado de Al Assad. Desde o início do conflito, em março de 2011, ambas as partes descumpriram tréguas anteriores. A oposição estima que mais de 30 mil pessoas tenham morrido durante a guerra civil.
Oposição
Brahimi, que também é enviado da Liga Árabe, deve reunir-se também com representantes da oposição e da sociedade civil. Brahimi afirmou nesta quinta que sua proposta de trégua, que não contaria com nenhum tipo de supervisão internacional, pode ser um instrumento para encontrar uma solução política para o conflito.
Apesar dos esforços pelo cessar fogo, os confrontos entre o exército sírio e os rebeldes recrudesceram nesta sexta-feira na cidade de Alepo, enquanto continuaram os bombardeios na periferia de Damasco, informou a oposição.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos, ligado aos rebeldes, assegurou em um comunicado que os enfrentamentos continuaram no bairro de Suleiman al Halabi. Pelo menos 35 pessoas morreram nesta sexta-feira na Síria, a maioria nos arredores de Damasco, segundo a Comissão Geral da Revolução Síria (CGRS), os Comitês de Coordenação local aumentaram a cifra para 49.
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