one pixel track analytics scorecard

Digite sua busca e aperte enter


Dinheiro

Imagem: Marcos Santos / USP Imagens / Creative Commons

Compartilhar:

Ajuste fiscal: Entenda o que é a CPMF e como funciona a cobrança da taxa

Criado em 14/09/15 21h56 e atualizado em 15/09/15 08h53
Por Líria Jade Fonte:Portal EBC

A equipe econômica do governo federal anunciou nesta segunda-feira (14) que vai propor o retorno da Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF) com alíquota de 0,2%. A contribuição foi extinta em 2007, pelo Senado Federal, após vigorar por mais de uma década. Para que volte a valer, a proposta de retorno do imposto precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional.  

Segundo os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, o imposto servirá como alternativa para cobrir o déficit previsto da previdência. "A CPMF irá integralmente para o pagamento de aposentadorias e será destinada para a Previdência Social", garantiu Levy.

O conjunto de medidas fiscais anunciadas pelo Executivo pode trazer para os cofres públicos R$ 64,9 bilhões. A volta da CPMF, segundo os cálculos divulgados pelo governo, vai ser responsável por metade desse valor, com arrecadação prevista em R$ 32 bilhões. 

Segundo o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, o objetivo é que a CPMF seja provisória e não dure mais do que quatro anos. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, declarou ser “muito pouco provável” a aprovação, no Congresso, do retorno da taxa. 

CPMF na prática

O imposto vai incidir sobre todas as movimentações financeiras, por via bancária, feitas por pessoas físicas, como saques em dinheiro, transferências, pagamento de fatura de cartão de crédito e pagamento de contas via boleto. Por esse motivo, a CPMF era conhecida como o "imposto do cheque".

Entenda a CPMF

De acordo com o Ministério da Fazenda, a CPMF foi criada em 1996 para gerar receitas para o financiamento da Saúde. No entanto, o “imposto do cheque”, como é chamado popularmente, já existia desde 1993 como o Imposto Provisório Sobre Movimentação Financeira (IMPF).

Como IPMF, o tributo começou a ser cobrado no governo do presidente Itamar Franco sem vinculação definida.

Ao longo do tempo, o tributo, além de mudar de denominação, teve sua alíquota modificada algumas vezes: 0,25% em 1994; 0,20% em 1997 e 1998; e 0,38% a partir de junho de 1999. Exceção para a alíquota de 0,30% entre junho de 2000 até março de 2001.

Com a evolução da legislação em torno da cobrança do imposto, sua destinação também foi revista. Dos 0,38% arrecadados, 0,20% foram para a Saúde, 0,10% para a Previdência e 0,08% para o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza.

Enquanto existiu, a CPMF também ajudou o governo a sustentar o superávit primário, o imposto injetou nos cofres do governo mais de R$ 222 bilhões. Segundo Levy, agora a CPMF deve garantir o pagamento das aposentadorias e diminuir o déficit da Previdência Social.

Durante toda a sua vigência, a CPMF foi um dos poucos tributos criados pelo governo sem o registro de sonegação. A cobrança era feita pelo próprio banco, que repassava o valor à União. Os extratos bancários informavam aos correntistas o valor debitado.

A CPMF vigorou por pouco mais de dez anos e acabou em 2007, quando foi derrubada pelo Senado Federal.

Antes da volta da CPMF

Há cerca de uma semana, a presidenta Dilma Rousseff comentou a volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). A chefe do Executivo ponderou que não gostava do tributo, mas que não descartaria a criação de novas fontes de receita para o governo. “Não estou afastando nenhuma fonte de receita, quero deixar isso claro”, disse a presidenta.

Já o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a volta da CPMF para financiar a saúde e disse que o tributo, extinto em 2007, nunca deveria ter acabado. O vice-presidente Michel Temer, por sua vez, chegou a declarar nas úlimas semanas que a discussão sobre a CPMF era “um burburinho” e que o governo não estava avaliando a recriação do tributo.

Em janeiro, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto, avaliou que o retorno do imposto seria um retrocesso para a economia, porque as características do tributo desestimulam a produção e o consumo.

Creative Commons - CC BY 3.0

Dê sua opinião sobre a qualidade do conteúdo que você acessou.

Para registrar sua opinião, copie o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.

Você será direcionado para o "Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando.

Fazer uma Denúncia Fazer uma Reclamação Fazer uma Elogio Fazer uma Sugestão Fazer uma Solicitação Fazer uma Simplifique

Deixe seu comentário