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Repassado de geração em geração, o mito conta a história do pagé Mavutsinim, que preparou um ritual com seis troncos da árvore Kuarup para ressuscitar seis pessoas

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Indígenas dão adeus aos mortos neste fim de semana no ritual Kuarup

Criado em 15/08/14 16h07 e atualizado em 02/01/15 12h49
Por Stephanie Ferreira

Indígenas dão adeus aos mortos neste fim de semana no ritual Kuarup
Repassado de geração em geração, o mito conta a história do pagé Mavutsinim, que preparou um ritual com seis troncos da árvore Kuarup para ressuscitar seis pessoas (Olivier Bolls)

Nesta sexta-feira e sábado (15 e 16), no Alto Xingu, chega ao fim mais um Kuarup, manifestação cultural indígena realizada anualmente no período de estiagem e que marca a passagem dos mortos para o outro mundo. É na aldeia dos Yawalapiti, que famílias que perderam seus entes queridos se reúnem com amigos e visitantes para dizer o último adeus.

Nesse ritual indígena do Alto Xingu, os troncos da árvore Kuarup representam os mortos. No centro da aldeia anfitriã, os troncos são erguidos e enfeitados com ornamentos. Em torno deles, parentes e amigos choram até a tristeza “secar”, pois acreditam que as almas dos mortos estão ali presentes. Ao fim da celebração, neste sábado (17/8), os guerreiros lutam a tradicional huka-huka e os troncos são jogados no Rio Xingu para que cada alma siga o seu caminho no outro mundo.

A origem desta prática remonta o mito sobre a busca pela ressureição dos mortos. Repassado de geração em geração, o mito conta a história do pagé Mavutsinim, que preparou um ritual com seis troncos da árvore Kuarup para ressuscitar seis pessoas. Segundo a lenda, enquanto o pagé rezava, os troncos Kuarup começaram a ganhar vida. Mas pararam de se mover quando um homem, que havia tido relações com sua esposa, saiu de casa para vê-los. Imediatamente, o pagé Mavutsinim determinou, para todo o sempre, que os mortos nunca seriam ressuscitados. Só as almas.

Indígenas dão adeus aos mortos neste fim de semana no ritual Kuarup
(Olivier Bolls)

Ritual de morte, mediação da vida

Na cultura alto-xinguana, o Kuarup é mais que um ritual funerário, engloba também diversos aspectos da cosmologia dos povos que lá habitam, como os Kalapalo, Matipu, Nafukuá, Kuikuro, Waurá, Aweti, Kamayurá, Meynako e Yawalapiti. 

Os mitos de criação da humanidade, a classificação hierárquica dos grupos, a iniciação dos jovens e as relações entre as aldeias são apenas alguns dos aspectos da sociedade xinguana envolvidos nesta celebração.

KUARUP
Quando: 15 e 16 de agosto
Onde: Aldeia Yawalapit, Parque Nacional do Xingu, Mato Grosso
Apoio: Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge, através de patrocínio da Petrobrás.

Creative Commons - CC BY 3.0

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