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Seminário da Andi debate maioridade penal na cobertura da imprensa

Criado em 16/06/15 23h43
Por Michèlle Canes - Repórter da Agência Brasil Edição:Aécio Amado Fonte:Agência Brasil

A redução da maioridade penal e a cobertura jornalística sobre o assunto foram debatidos hoje (16) no seminário Andi 21 anos - A Mídia Brasileira e os Direitos Humanos: Avanços e Desafios, que ocorre em Brasília. Um dos palestrantes, o jornalista e consultor associado da Rede Andi  na América Latina, Veet Vivarta, disse que as pesquisas feitas pela entidade mostram que o tema violência tem uma abordagem parcial em grande parte da cobertura jornalística.

“De maneira geral, é muito focalizada no ato violento ou na cena do crime sem aprofundar, sem discutir as razões, sem discutir as soluções para esses problemas”. Para ele, esses aspectos se repetem nas coberturas feitas por muitos meios de comunicação sobre o tema da redução da maioridade penal. 

Para o jornalista, a melhora da cobertura deve passar pela capacitação dos profissionais e da avaliação autocrítica feita nas redações. “É entender que os mesmos valores que aquele veículo preza na sua cobertura de economia, por exemplo, das questões de política, poderiam estar sendo aplicado a esses temas”. 

Vivarta acredita que muitos dos argumentos apresentados pelos defensores da redução da maioridade são inconsistentes. “O que se espera de um jornalismo de qualidade, que elementos consistentes que sustentam os argumentos de um lado e do outro lado sejam apresentados. E a dificuldade para o bom jornalismo, e posso dizer isso porque foi analisado em vários momentos pela própria Andi, o lado que defende a redução tem poucos argumentos de maior densidade”, ressaltou. 

A executiva-chefe da Fundação Abrinq – Save the Children e conselheira do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), Heloisa Oliveira, também participou do debate. Na avaliação dela, a redução da maioridade penal não é a solução para a violência, e é preciso que os jornalistas mostrem dados que ampliem o debate. “É preciso um olhar critico. É preciso que o jornalista, em vez de apenas reproduzir o que está ouvindo, busque essas informações qualificadas, busque estatísticas, uma relação disso com a violência maior que de fato todos nos estamos vivenciando no Brasil”.

O seminário abordou ainda a trajetória da Andi, que completa 21 anos. A jornalista e fundadora da entidade, Âmbar de Barros, acredita que a mídia brasileira evoluiu na cobertura de questões relacionadas aos direitos humanos e destacou a participação da Andi nesse processo. “Ao longo das últimas décadas, a gente tem feito seminários, publicações, promovido encontros, visitado as redações, ajudado os profissionais com aquilo que eles realmente precisam: informação de qualidade, confiável, não só dando nosso ponto de vista, mas dando fontes que pensam de maneiras diferentes porém com seriedade. Pessoas que realmente têm consistência”, disse. 

O diretor executivo da Andi, Antonio Augusto Silva, também acredita que houve uma evolução na cobertura da mídia. Para ele, o seminário pode aprofundar o debate dos direitos humanos. “Muita informação, conhecimento e coisa nova. Acho que a gente sai daqui mais educado sobre o assunto do que a gente entrou”. 

O encontro, que teve início hoje, termina na quinta-feira (18) e reúne jornalistas, representantes de organizações da sociedade civil, gestores e especialistas da América Latina e do Brasil, entre outros. Durante três dias, os participantes vão debater a trajetória dos meios de comunicação na temática dos direitos humanos, enfrentamento das desigualdades e desenvolvimento inclusivo sustentável.  A ideia é estimular as boas práticas jornalísticas.

Editor Aécio Amado
Creative Commons - CC BY 3.0

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