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O Brasil está na décima posição entre os países onde mais nascem prematuros

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Parto terapêutico: quando o parto prematuro é necessário

Criado em 06/06/16 11h54 e atualizado em 06/06/16 12h11
Por Luiz Sugimoto Fonte:Jornal da Unicamp

 

O parto prematuro terapêutico é decorrente de indicação médica para o nascimento antes de 37 semanas de gravidez, devido a complicações como doenças maternas ou fetais. Esse tipo de prematuridade é responsável por 20% a 40% dos partos prematuros no mundo, variando conforme as condições de assistência médica locais, segundo dados de 2014 publicados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Já uma pesquisa abrangente coordenada pela Unicamp, junto a 20 hospitais de referência do Sudeste, Sul e Nordeste do Brasil, registrou o índice de 35,4% – foi feita a vigilância de 33.740 partos no período de abril de 2011 a julho de 2012, com a ocorrência de 4.150 casos de partos prematuros, dos quais, 1.468 terapêuticos.

O denominado Estudo Multicêntrico de Investigação em Prematuridade (EMIP), financiado por Fapesp e CNPq através da chamada PPSUS (Pesquisa para o SUS) e coordenado pelo professor Renato Passini Jr, é considerado inovador na proposta de avaliar as condições que levam à indicação do parto prematuro terapêutico, os resultados perinatais e os fatores de risco associados. As informações, que prometem contribuir para melhorar os desfechos maternos e fetais, compõem a dissertação de mestrado do médico obstetra Renato Teixeira Souza, orientada pelo professor José Guilherme Cecatti. Intitulado “Uma análise do parto prematuro terapêutico no contexto da prematuridade no Brasil”, o estudo foi apresentado em março na Faculdade de Ciências Médicas (FCM).

“A principal complicação que leva à interrupção da gestação por indicação médica antes dos nove meses, evidenciada na dissertação, é a síndrome hipertensiva (pressão alta) materna, que pode prejudicar a evolução da gravidez: mais de 90% dos partos prematuros terapêuticos ocorreram por causa de um componente da síndrome”, afirma Renato Souza. “Além disso, no Brasil, a hipertensão está entre as maiores causas de mortalidade materna, sendo a primeira em alguns Estados e a segunda em outros, dependendo das condições de assistência médica locais.”

José Guilherme Cecatti, professor titular de obstetrícia do Departamento de Tocoginecologia da FCM, ressalta que a eclâmpsia, uma condição ligada à pressão alta, é a causa mais importante de morte materna aqui e em vários outros países. “A eclâmpsia é um tipo de hipertensão que, por motivos não inteiramente conhecidos até hoje, acontece apenas durante a gravidez, podendo culminar em convulsões altamente prejudiciais tanto para a mulher como para a criança, inclusive com risco de morte. E, além dos cuidados imediatos, existe apenas uma forma de tratamento: interromper a gestação.”

Segundo o autor da dissertação, houve um aumento da prematuridade terapêutica em várias regiões do mundo nas últimas décadas, o que pode estar associado com o aumento das doenças maternas crônico-degenerativas (hipertensão, diabetes, síndrome metabólica, etc.). “Notamos que o perfil materno tem mudado, com a mulher engravidando mais tarde e com mais problemas de saúde. Todas essas doenças, e também a obesidade, contribuem para complicações durante a gravidez, que por vezes levam à necessidade do parto prematuro terapêutico.”

O obstetra acrescenta que, na pesquisa, os outros dois fatores mais frequentes para a resolução prematura foram o descolamento prematuro de placenta e a diabetes. “A própria síndrome hipertensiva pode afetar a função da placenta, fazendo com que o bebê cresça pouco, comprometendo a oxigenação, o recebimento de nutrientes e, não raro, tornando inviável prolongar a gestação. Vale ponderar que a prematuridade traz o risco de estresse respiratório, uma vez que o bebê não está pronto para uma vida sem suporte respiratório fora do útero, além de deficiências nos sistemas nervoso central e digestivo, entre outras complicações.”

 
 
Creative Commons - CC BY 3.0

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