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Parto humanizado: quais as vantagens para mãe e bebê?
Criado em 23/09/14 09h25
e atualizado em 05/12/14 09h55
Por Adriana Franzin
![Caminhos da Reportagem: parto 1 Caminhos da Reportagem: parto 1](https://memoria.ebc.com.br/sites/_portalebc2014/files/styles/full_colunm/public/atoms_image/foto_004.jpg?itok=bKaQ2v9F)
O Brasil é o país campeão de cirugias cesarianas no mundo . Na rede particular de saúde, 82% dos bebês nascem assim. Na pública, 37%. Mais que o dobro da estimativa aceita pela Organização Mundial de Saúde, que é de 15%. Além dos riscos da cirurgia, os procedimentos considerados padrão para os partos feitos nos centros cirúrgicos acabam impedindo medidas que fazem bem para o binômio mãe-bebê, como amamentação na primeira hora e clampeamento tardio do cordão umbilical.
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No parto humanizado, por outro lado, o bem-estar da parturiente e do bebê são colocados em primeiro lugar. A mulher tem autonomia para decidir como quer parir. Ela escolhe a melhor posição e tem apoio da equipe médica para se movimentar, comer, beber, tomar banho. Pode reduzir a luminosidade do ambiente, ouvir músicas e contar com o suporte do esposo ou de outras pessoas, como a doula (mulher que presta o serviço de assistência à parturiente). O trabalho dos envolvidos é no sentido de garantir que ela esteja em um ambiente seguro, acolhedor e tranquilo.
"Eu não tenho o direito de interferir naquele momento daquela mulher. Eu tenho a preocupação de procurar ajudá-la para que aquele momento seja extremamente gratificante e seguro", afirma o obstetra Jucinei Pacheco, que de 1985 a 2004, fez mais de 20 mil partos. (Ouça uma entrevista dele à Radioagência Nacional).
Assista a um documentário que mostra experiência de casais que optaram pelo parto humanizado:
Segundo as recomendações da OMS, o parto humanizado é aquele que promove: incentivo ao parto vaginal; incentivo ao aleitamento materno (preferencialmente nos primeiros momentos de vida do bebê); alojamento conjunto com o bebê; presença de acompanhante; redução de intervenções tecnológicas desnecessárias como a episiotomia (corte feito na região genital para facilitar a passagem do bebê), aplicação de ocitocina artificial e medicalização; estímulo às técnicas mecânicas de alívio da dor (massagens, banhos, caminhar livremente); abolição de práticas como enema (também conhecida como lavagem intestinal) e tricotomia (raspagem de pêlos).
Dessa forma, a mulher passa a ter benefícios como:
- ser tratada com respeito pela equipe médica;
- ter autonomia para escolher como passar pelo trabalho de parto e posição de parto;
- ter assistência da doula;
- fazer uso de técnicas para alívio da dor como banho quente, liberdade de movimento, massagens;
- redução do índice de depressão pós-parto;
- aumento do vínculo mãe-bebê, com o contato pele a pele e amamentação imediatos.
Para o bebê, também é vantajoso. Além de ir direto para os braços da mãe e poder mamar logo que nascer, o bebê é poupado de procedimentos e exames físicos, ou o de profilaxia da oftalmia neonatal, logo que nasce. Se o cordão umbilical é cortado após parar de pulsar, o bebê ainda tem os benefícios como uma quantidade extra de ferro, o que evita a anemia neonatal.
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