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Quinze fatos marcantes sobre a primeira edição dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas
Criado em 01/11/15 01h54
e atualizado em 02/11/15 12h42
Por Cibele Tenório
Edição:Adriana Franzin
Depois de 12 dias de competições, fóruns e muita celebração, chegaram ao fim neste sábado (31) os Jogos Mundias dos Povos Indígenas (JMPI) realizados na cidade de Palmas (TO). Essa foi a primeira edição dos jogos, que reuniu 1,8 mil atletas de 24 etnias brasileiras e 23 países.
Quem não pôde estar em Palmas para os jogos pode conferir 15 momentos marcantes da competição:
1. Abertura com todos os povos
Como nas Olímpiadas, a abertura dos Jogos Mundiais Indígenas foi marcada por uma cerimônia que virou uma grande festa de celebração das mais diversas etnias do mundo e que teve até o Hino Nacional brasileiro cantado na língua da etnia Ticuna.
Uma execução pra lá de especial do Hino Nacional #JMPI2015 pic.twitter.com/MOx2CBgR81
— MinistériodoEsporte (@minesporte) 24 outubro 2015
2. A experiência dos anciãos
Nos JMPI, a experiência dos mais velhos é valorizada. Era fácil ver entre as delegações atletas como Pykre Jimokre Hirare, de 72 anos, da etnia Gavião, que chegou às finais do arco e flecha.
Não há limites de idade pra participar das provas nos Jogos Mundiais Indígenas - Palmas Cidade-Sede, tanto que a plateia vibrou ao ver o gavião Pykre Jimokre Hirare, de 72 anos, brilhar na prova de arco e flecha usando toda sua experiência e sabedoria <3 http://bit.ly/1H7Y2kw
Posted by EBC na Rede on Terça, 27 de outubro de 2015
3. A bola de fogo
Um esporte milenar encantou o público na Arena dos Jogos. A “Pelota Purépecha“ também conhecida como “Bola de fogo” é uma modalidade com mais de 3,5 mil anos e foi apresentada pelos indígenas mexicanos. Entre os povos mais antigos, a bola de fogo servia para se comunicar com os deuses e celebrar a vida.
4. Imprevisibilidade
A programação dos Jogos mudou diversas vezes durante a competição. O que pode soar como desorganização foi, segundo o Comitê Intertribal que organiza os jogos, o jeito indígena de conduzir o evento. “Nosso tempo e jeito de fazer as coisas é diferente. Não é à toa que existe a expressão ‘programa de índio’ ”, disse Marcos Terena, articulador do Jogos durante a cerimônia de abertura.
5.Protestos contra a PEC 215
Indígenas protestaram contra a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215. Eles entraram na arena, interromperam os jogos e alguns subiram na Tribuna de Honra. A PEC 215 altera as regras para a demarcação de terras indígenas, de remanescentes, de comunidades quilombolas e de reservas.
6. Xavantes encontram Maoris na cerimônia do Fogo Sagrado
A Cerimônia de Acendimento do Fogo Sagrado antecedeu a abertura dos JMPI e foi realizada na Praça dos Girassóis em Palmas. Um dos momentos mais marcantes da cerimônia foi quando os índios Xavante, em frente aos neozelandeses Maori, começaram seu canto e uma cena improvável aconteceu: os Maori encararam os Xavante cantando, frente a frente, olho no olho.
7. Disputas do cabo de força
Nenhuma outra modalidade levantou tanto a arquibancada quando o cabo de força. A brincadeira de criança é levada a sério pelas etnias. Era comum ver técnicos orientando suas equipes em suas línguas nativas.
8. Delegações estrangeiras
A maioria dos participantes era brasileira, mas as delegações estrangeiras fizeram bonito e conquistaram diversos títulos como os da canoagem (Panamá), Corrida de Fundo (Canadá e Peru) e futebol feminino (Canadá).
9. Shows de diversos estilos
O Festival de Cultura Indígena teve shows de Criolo, Margareth Menzes e Hamilton de Holanda. Porém, o palco também foi comandado pelos indígenas. O grupo de rap Bro MC’s formado por cinco jovens Guarani Kaiowá mandou ver nas rimas que falavam sobre as lutas da etnia do Mato Grosso.
Guaranis Kaiowá cantam sua realidade nas rimas do rapVocê já ouviu rap cantado na língua guarani? Esse é o som dos Brô MCs Rap Indígena formado por jovens da etnia Guarani Kaiowá. No começo a aldeia estranhou, mas ao ouvir as letras que falam sobre a luta do povo Guarani, os caciques deram a benção para que o grupo seguisse em frente. Conheça mais dos Bro Mc's aqui: http://bit.ly/1KHub2t
Posted by EBC na Rede on Quinta, 29 de outubro de 2015
Única representante da delegação russa, a cantora Saina Savvinova Ekaterina, da etnia Yakutsk, é considerada uma artista de honra da música pop de seu país. Saina cantou músicas étnicas e despertou admiração do público por suas características e trajes típicos de sua região, a República de Sakha.
10. O importante não é ganhar, porém...
O lema dos JMPI é “o importante não é competir, e sim, celebrar”, mas algumas disputas foram tão acirrradas que os atletas vibraram muito ao vencerem. Veja o que aconteceu na disputa do cabo de força entre os Maori da Nova Zelândia e os Kura Bakairi:
Parece brincadeira de criança, mas não é! É disputa de gente grande e forte! :) Hoje teve competição de cabo de força nos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas e as etnias brasileiras mandaram bem. Na disputa contra os #Maori da Nova Zelândia, olha o que os Kura Bakairi do Mato Grosso, campões nacionais da modalidade, fizeram:
Posted by EBC na Rede on Domingo, 25 de outubro de 2015
11. Cunha Porã
A palavra Cunhã Porã, vem do guarani e significa "mulher bonita". Este foi o nome dado ao desfile que mostrou a beleza e diversidade das mulheres indígenas que pariciparam dos JMPI.
12. Calor
Mesmo com provas sendo realizadas no início das manhãs e no final das tardes, o sol forte não deu descanso aos participantes e ao público que trouxe sombrinhas para assistir aos jogos. Mesmo nos dias em que choveu, fez mutio calor na vila.
13. Casa cheia
A população de Palmas lotou a arena dos jogos. Muita gente também veio das cidades vizinhas e até de outros estados e países para prestigiar o evento. A plateia foi bastante participativa e torcia com muitos gritos de guerra para as etnias brasileiras e principalmente para os povos do Tocantins:
🎵🎶Nos Jogos Mundias Indígenas vem pra nossa aldeia 🎶🎶 Platéia fazendo bonito demais! #VempraAldeia pic.twitter.com/S4kjJsoGTS
— ebcnarede (@ebcnarede) 1 novembro 2015
14. Cores e linguagens múltiplas
As etnias apresentaram ao mundo a sua cultura através das pinturas e adereços usados pelos participantes e o artesanato fez sucesso entre os visitantes na Feira de Arte Indígena, que era realizada parelelamente aos jogos. A mistura de línguas nativas faladas durante os jogos lembrava que o português não é a única língua do Brasil.
Embora a língua oficial do Brasil seja o português, existem cerca de 274 línguas indígenas faladas no país. Por toda parte aqui nos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, é possível ouvir a sonoridade destes idiomas. A Nahuria da etnia Javaé do Tocantins fala um pouco com a gente em sua língua nativa :) #VemPraAldeia
Posted by EBC na Rede on Sexta, 30 de outubro de 2015
15. Aldeia conectada
Por onde quer que se andasse na Vila dos Jogos Mundiais Indígenas era comum encontrar participantes de olhos vidrados na tela de um telefone celular. A nova geração de indígenas do país está conectada e, segundo eles explicam, não há resistência nas aldeias ao uso de tecnologia.
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