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Valdemir Donizette Zamparoni fala sobre heranças e identidades africanas
Criado em 19/10/12 15h32
e atualizado em 18/03/16 15h20
Por EBC
Fonte:EBC

O professor, Valdemir Zamparoni, que ensina História da África desde 1984, conta que até 1979, não havia referencias sobre a História da África. Ele lembra que em 1982 saiu o primeiro volume publicado em português, com edição feita no Brasil. “Passava vergonha por dizer que a única língua para a qual a versão não tinha sido completada ainda era a língua portuguesa, por ignorância dos brasileiros em relação à África e aos seus descendentes”.
No primeiro contato que estabelece com seus alunos em sala de aula, Zamparoni pede cinco palavras que vêm na cabeça dos universitários quando pensam em África, e o resultado é quase sempre o mesmo: miséria, guerra, fome e destruição. Essa imagem negativa do continente africano foi construída nesse mundo Ocidental há vários séculos e repetida incessantemente pela mídia.
Zamparoni citou uma repórter de um dos veículos mais importantes do pais que fez uma cobertura jornalística sobre a África: “ Ela disse que a África era um continente com milhões de miseráveis, prejudicado por colonizadores, devastado pelas guerras e ameaçado pela Aids. Logo depois, disse que a África é, também, um continente promissor deitado em petróleo, diamante, zinco e alumínio, além de ter um povo particular e uma rica cultura”, conta.
O professor diz ter ficado chocado ao constatar que a matéria repetia estereótipos: as matérias-primas que foram motivo da cobiça dos europeus, a descrição de um povo tão selvagem quanto os animais, e a descrição de uma cultura africana (negando a pluralidade do continente). Para Zamparoni, essa homogeinização é o principal fator da desumanização e e exclusão da África.”
Confira o discurso de Valdemir Zamparoni:
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