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Kabengele Munanga fala sobre História da Diáspora Africana
Criado em 16/10/12 14h27
e atualizado em 18/03/16 15h20
Por EBC
Fonte:EBC
O professor de antropologia, Kabengele Munanga, destaca a abrangência da obra que não vai contemplar apenas o Brasil, mas também os países africanos de língua portuguesa como Angola, Guiné Bissau, Cabo Verde, Moçambique e São Tomé e Príncipe. Para Munanga, a coleção revela ao mundo tudo que foi negado à África: história, civilização, cultura, religião, ciência e tecnologia, filosofia, relações internacionais e intercâmbios comerciais; tudo o que, segundo o professor, de fato existiu.
Considerada também como berço da humanidade, é a partir da África que a história das grandes civilizações se desenvolveram, como a egípcia. No entanto, o tráfico negreiro, a escravidão e a ocupação colonial foram acontecimentos de grande envergadura que mudaram a história original da África. Muganga entende que, como todos os povos, a África tem passado, presente e continuidade, e apesar de não ter sido tão destacadas, a África possui culturas e civilizações.
Para o antropólogo, não foram os africanos que negaram suas próprias histórias, mas sim os ocidentais, por questões ideológicas e preconceituosas. E isso, acabou alienando a personalidade coletiva do próprio africano. “O Ocidente, por influência do pensamento hegeliano, não acreditou que a África pudesse ser objeto de estudo historiográfico. Por isso, inventou novas ciências capazes de aprender as “sociedades primitivas africanas”. Daí surgiram ciências como a etnografia, etno-linguística e a etno-filosofia”, explica. Para Munanga, a coleção é uma proposta a preencher essa lacuna.
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