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Cortejo Afro fez uma homenagem aos terreiros de candomblé em seu desfile em Salvador

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Cordeiros do carnaval de Salvador reclamam das condições de trabalho

Criado em 13/02/15 19h23 e atualizado em 07/07/16 14h25
Por Danyele Soares Fonte:Radioagência Nacional

O Carnaval de Salvador é marcado por blocos com trios elétricos nas ruas, comandados por grandes estrelas do axé.  Mas uma figura que pouco aparece na folia também tem importância: o cordeiro, responsável por segurar a corda nos blocos para separar quem pagou do restante dos foliões, a chamada pipoca.

Ouça a reportagem da Radioagência Nacional:

Creative Commons - CC BY 3.0 - Entenda o trabalho do cordeiro no carnaval baiano

Mas apesar do clima de festa do carnaval, a categoria reclama das precárias condições de trabalho, da falta de reconhecimento e da insegurança. É o que conta o presidente do sindicato dos cordeiros da Bahia, Matias Santos. Ele diz que só na capital baiana são cerca de 50 mil profissionais que estão expostos às brigas e agressões de quem quer entrar na corda. E alguns foliões chegam a jogar cerveja e água.

Segundo Santos, a diária média recebida é de R$ 46, incluindo o vale-transporte. E o tempo à disposição do bloco pode chegar a 12 horas por dia. Para melhorar as condições de trabalho, ele defende a assinatura de um contrato formal entre o trabalhador e os empresários. Ele também destaca que:

"o trabalhador cordeiro tem importância no carnaval, assim como Ivete, Bel, os blocos e as grandes cervejarias. O cordeiro é o maior segurança entre a pipoca e os associados dos blocos".

Todos os anos o Ministério Público do Trabalho na Bahia assina um termo de compromisso com os sindicatos dos cordeiros e os blocos carnavalescos. Entre os compromissos assumidos pelos empresários estão garantias como lanche, protetor auricular, luvas, camiseta de identificação, filtro solar e seguro coletivo contra acidentes. 

Cordeiros no carnaval de Salvador
Creative Commons - CC BY 3.0 - Cordeiros no carnaval de Salvador - Jorge Cordeiro / SSP BA

 

A procuradora do Trabalho, Andréia Freitas, explica que este ano o documento também prevê a edição de contratos individuais. Segundo ela, "o bloco se obriga a celebrar um contrato por escrito e de forma individual com todos os trabalhadores que venham utilizar como força de trabalho na atividade de cordeiro. Inclusive, eles têm a obrigação de manter à disposição da fiscalização do Ministério do Trabalho cada um desses contratos. O cordeiro desempenha um papel importante no carnaval, tanto para o folião como para o bloco. Muitas vezes ele passa de forma invisível pela sociedade".

O professor da Universidade Federal da Bahia, Paulo Miguez, especialista em carnaval, explica que antes da década de 80, o cordeiro era um folião do bloco. De lá para cá, surge o profissional que segura a corda para organizar o carnaval. O professor afirma que atualmente o cordeiro faz parte do comércio carnavalesco. "Como se criou o produto bloco, o produto bloco é embalado com as seguintes características: a privatização do espaço para você circular ali dentro à vontade; a estrela, você está pagando ali pela possibilidade de dançar atrás de um trio, dentro da corda, onde em cima tem uma estrela; e você paga por segurança. Para garantir segurança, você inventa, então, a figura do cordeiro."

Este ano as cláusulas do termo de compromisso assinado entre os empresários, o sindicato e o Ministério Público, preveem que os blocos ofereçam cursos de capacitação para 5 mil cordeiros até o carnaval de 2017. 

Creative Commons - CC BY 3.0

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