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Dorival Caymmi: cinco anos sem o Poeta do Mar
Criado em 14/08/13 15h56
e atualizado em 16/08/13 09h27
Por Ana Elisa Santana
Fonte:Portal EBC
Há cinco anos, completos nesta sexta-feira (16), o Brasil perdia aquele que foi um de seus maiores artistas. Dorival Caymmi, aos 94 anos, faleceu em sua casa, no Rio de Janeiro, depois de lutar durante nove anos contra um câncer renal.
Em homenagem ao Poeta do Mar, o Portal EBC reuniu em uma página especial trechos do documentário Um certo Dorival Caymmi, em que ele próprio relata histórias de sua vida que revelam como se formou o cantor e compositor.
Confira o especial com vídeos de Dorival Caymmi
Bate-papo celebra o legado do cantor
Caymmi deixou como herança uma obra única, marcada pela espontaneidade de quem cantava o que sentia pelo mundo ao redor. "Cantador não escolhe o seu cantar / canta o mundo que vê", diz uma de suas canções. As letras do compositor retratam o mar e a natureza, os pescadores, o povo negro, sua vida na Bahia e no Rio de Janeiro.
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Nascido em 30 de abril de 1914, em uma casa de pessoas "musicais", como ele mesmo descrevia, Caymmi cresceu assistindo aos saraus promovidos pelo pai, Durval Henrique, em que ouvia a mãe, Aurelina, cantar músicas de variados estilos. Foi ao lado de seu amigo de infância, José Rodrigues de Oliveira, o Zezinho, que Dorival se aventurou pelas ruas de Salvador e teve o primeiro contato com o rádio, cantando na Rádio Clube da Bahia. Nessa época eles formaram o grupo Três e Meio, com os irmãos Deraldo e Luiz no tambor e pandeiro, respectivamente, Zezinho no cavaquinho e Dorival ao violão. Luiz era o irmão menor de Dorival, por isso o nome do conjunto.
O trio "e meio" se divertia reproduzindo músicas de Noel Rosa e Carmem Miranda, que eram sucesso na época. Mas mesmo fazendo apresentações e recebendo alguns cachês com seu trabalho, Caymmi não enxergava a música como atividade profissional, e resolveu viajar ao Rio de Janeiro para cursar direito.
Confira galeria de fotos de Dorival Caymmi:
A capital fluminense foi palco para a descoberta definitiva do artista Dorival Caymmi. Na rádio Tupi, Teófilo de Barros Filho se impressionou com o jovem baiano recém-chegado à cidade e logo o apresentou à cantora Carmem Miranda - que daria projeção internacional a algumas de suas canções. Em pouco tempo, Dorival passou a integrar a elite dos cantores que faziam sucesso no rádio nos anos 1930 e foi, mais tarde, influência para artistas como João Gilberto, Caetano Veloso e Tom Zé.
Dorival Caymmi se casou com a também cantora Adelaide Tostes, que gostava de ser chamada de Stella e acabou apelidada de Stella Maris (do latim estrela do mar) pelo radialista César Ladeira. Os dois formaram uma família que carrega o talento como herança: os três filhos, Nana, Dori e Danilo Caymmi, também são músicos. Mesmo com o sucesso, Caymmi permaneceu com suas características de tranquilidade e simplicidade até o fim da vida. Suas canções seguem como um grande legado representante da cultura baiana e da música brasileira.
Coordenação: Anderson Falcão e Guilherme Strozi
Concepção e textos: Ana Elisa Santana
Design e implementação: Douglas Curinga e Alexandre Krecke
Produção: Ana Elisa Santana, Luanda Lima, Sueli de Freitas e Thiago Pimenta
Apoio: Instituto Antônio Carlos Jobim
*Imagens e trechos do documentário cedidos por Danilo Caymmi
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