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Bate-papo #JuventudeViva discute genocídio de jovens negros no Brasil
Criado em 22/11/12 17h42
e atualizado em 27/11/12 10h00
Por Portal EBC
As estatísticas sobre assassinatos no Brasil traçam um perfil predominante das maiores vítimas da violência no país: homens, jovens e negros. Dados do Ministério da Saúde apontam que mais de 53,3% das vítimas de homicídios no Brasil em 2010 tinham entre 15 e 29 anos. Do total, 76,6% eram negros ou pardos e 91,3% do sexo masculino.
As saídas para diminuir a mortalidade desses jovens foram tema do bate-papo #JuventudeViva, que o Portal EBC promoveu nesta segunda-feira (26). O debate contou com a participação da secretária Nacional de Juventude da Presidência da República, Severine Macedo, do rapper Gog e do ativista André Santana, um dos organizadores da campanha Contrarie as Estatísticas, de Salvador. A videoconferência foi transmitida por meio da ferramenta hangout (do Google) e foi mediada pela jornalista Juliana Cézar Nunes, da Radioagência Nacional.
Durante a conversa, Severine Macedo apresentou o Programa Juventude Viva, que será lançado na terça-feira (27), pelo governo federal. Trata-se de um plano de enfrentamento do genocídio de jovens negros no país. A secretária contou que a ação foi discutida por mais de um ano e envolveu vários ministérios. Segundo ela, "a violência no Brasil tem cor, raça, gênero, idade e território". Daí a importância da elaboração de um programa que debata a questão. Mas para o plano ser eficaz, Severine diz que precisa de mais aliados, de mais entes federados envolvidos na temática, pois só a ação do governo federal não é suficiente. "É sem dúvida nenhuma um esforço coletivo. Depende também dos governos locais e da sociedade civil", disse.
André Santana, do movimento Contrarie as Estatísticas, chamou a atenção para a importância dos meios de comunicação e, sobretudo, de uma regulação das concessões. André criticou a atuação de muitos veículos em reforçar estereótipos acerca do negros no país. Ele disse que o retrato do negro na mídia é de criminoso, aquele que pode ser vítima de balas, ou ainda de exploração do corpo da mulher negra. "É fundamental o engajamento e o compromisso dos meios de comunicação com a questão, já que são responsáveis pela manutenção de ideologias. É preciso que os jovens tenham referência, que saibam que eles podem contrariar as estatísticas, mas o racismo os tem impedido de sonhar", disse.
Confira o debate na íntegra, assista ao vídeo acima.
Obs: o final do hangout foi interrompido por problemas técnicos do Google, que apresentou instabilidade na tarde desta segunda-feira (26).
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