Democracia na web: um passo além dos protestos

Porto Alegre - Na abertura do Conexões Globais 2013, nesta quinta-feira (23) em Porto Alegre, o papel das redes sociais para organizar protestos políticos em diferentes lugares do mundo foi um dos temas principais.

Para o islandês Eiríkur Bergmann, é preciso dar um passo além dos protestos e utilizar as redes sociais para aumentar a democracia nos governos. "É uma mudança tecnológica que muda automaticamente a sociedade", defende. Professor da Escola de Ciências Sociais da Bifrost University, da Islândia, Bergmann foi membro do Conselho Constitucional que elaborou a primeira constituição com a participação de cidadãos por meio das redes sociais, após os protestos que vieram com a crise econômica em 2011.

O Conselho, formado por 25 membros, trabalhou durante quatro meses na elaboração do novo texto, que contou com a contribuição das pessoas por meio do Twitter e Facebook. Entre as principais demandas apresentadas pela população para o novo texto, estavam questões relacionadas aos direitos humanos, direitos para população trangênero e preservação dos recursos naturais.

Bergmann considera que a mudança trazida pelas redes sociais não substituirá de uma única vez o atual processo político, mas por meio de uma "transferência" do atual sistema, influenciado de forma gradativa pelas mudanças na sociedade, que além da classe política deve também passar pela imprensa e pelas universidades. "A imprensa tradicional está morrendo. A mídia social se tornará a principal forma de comunicação. A participação muda o que você vê na mídia".

Brasil

A experiência islandesa está sendo estudada pelo governo brasileiro para aprimorar a participação dos cidadãos na elaboração de políticas públicas. Ricardo Poppi, coordenador geral de Novas Mídias da Secretaria Geral da Presidência fala sobre esse intercâmbio. Assista o vídeo.