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Redes sociais podem ser ferramentas de auxílio no processo de ensino

02/02/13 17h13
Davi de Castro
Professor Luiz Pena avalia que, se o aluno sempre está na rede social, é preciso utilizá-la para chamar a atenção dele

As redes sociais, como Twitter e Facebook, estão sendo cada vez mais utilizadas por crianças e adolescentes. Uma pesquisa feita pela TIC Kids Online Brasil mostrou que cerca de 70% desse público possuem perfis nas plataformas interativas. Por que, então, não aproveitar esse espaço como um recurso educacional? A questão foi discutida na palestra do professor Luiz Pena que aconteceu neste último dia da Campus Party.

Para Pena, as redes sociais fazem parte do mundo dessa nova geração. Utilizá-las como ferramentas auxiliares no ensino, portanto, podem fazer toda a diferença. "Ao trabalhar com as redes em sala de aula, comecei a perceber uma melhora dos alunos nas disciplinas. É muito mais proveitoso para o estudante e ele fica mais à vontade", afirma.

A criação de grupos de estudo no Facebook é uma das formas pelas quais o professor utiliza a rede. "Lá, eu passo temas para eles pesquisarem e comentarem. Alguns dias depois nós debatemos o trabalho em sala de aula. Os alunos ficam mais interativos, chegam com mais conhecimento e argumentos para a discussão, o que aumenta também sua autoestima", relata.

Creative Commons - CC BY 3.0 -

Apesar de a maioria das crianças e adolescentes terem acesso à internet, a pesquisa da TIC Kids Online aponta que apenas 13% delas usam a web para fazer trabalhos escolares  todos ou quase todos os dias, 49% o fazem uma ou duas vezes por semana, e 38% apenas uma ou duas vezes por mês.

Pena analisa que os jovens ainda utilizam pouco a web para fins educativos. Isso pode ser resultado do incipiente uso das ferramentas na web pelos professores. "Ainda existe uma grande rejeição por parte dos educadores. Isso porque demanda a preparação de conteúdo fora de sala de aula, dá mais trabalho, mas é tudo uma questão de planejamento. Ainda temos muito caminho pela frente, mas vejo um avanço nos últimos três anos", avalia.

Segundo o professor, a insegurança e a falta de conhecimento também podem colaborar com a rejeição das redes sociais em auxílio do ensino. "Faz-se necessário uma capacitação para os profissionais, porque nem todos realmente têm acesso a essas ferramentas. E às vezes os que têm não querem adotá-la porque têm medo, pensam que a tecnologia vai tirar o emprego deles, mas eu vejo o contrário, a tecnologia veio para ajudar", conclui.

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