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"Cuspe foi a gota d'água", afirma deputado Jean Wyllys

19/04/16 16h37
Portal EBC

Discursos e reações polêmicas marcaram a sessão de domingo (17), na Câmara dos Deputados, que autorizou a abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Uma das situações amplamente noticiada e comentada nas redes sociais foi o cuspe dado pelo deputado federal Jean Wyllys na direção do parlamentar Jair Bolsonaro (PSC-RJ). 

 

Creative Commons - CC BY 3.0 - O deputado federal Jean Wyllys durante votação do impeachment da presidenta Dilma Rousseff na Câmara (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Jean Wyllys justifica que tal reação foi o resultado de anos de insultos por parte de Bolsonaro.

"Minha reação ao insulto do deputado Jair Bolsonaro, viúva da ditadura militar, tem um contexto. Aquilo não aconteceu ontem [domingo], aquilo foi a gota d'água. Há seis anos eu venho sendo, diuturnamente, difamado nas redes sociais. Uma campanha difamatória que incluiu a invasão das minhas redes sociais, a descoberta dos meus dados espalhados nas redes sociais e ameaças de morte. Essas difamações e ameaças estão protocoladas em denúncias na Polícia Federal e há indícios claros que essas difamações partem de pessoas ligadas a este senhor", explicou Wyllys em entrevista ao programa Bate-papo Ponto Com, da rádio MEC AM. 

Ouça aqui o depoimento do deputado Jean Wyllys: 

Creative Commons - CC BY 3.0 - Jean Wyllys justifica cuspe em Jair Bolsonaro

O deputado do PSOL-RJ justificou que depois de votar, foi xingado por Bolsonaro.

"Numa votação como aquela eu fui dar o meu voto sob uma chuva de insultos homofóbicos. Então, quando eu estava voltando, este senhor me xingou e eu virei e alguém que estava atrás dele tentou segurar meu braço e, diante do insulto que ele me fez, eu cuspi nele. E cuspiria outra vez, se situação fosse a mesma. Eu sou um ser humano", disse. 

Wyllys reitera que não se arrepende da reação. "Volto a dizer: eu não me arrependo de ter cuspido nele. Se ele me xingasse de novo naquelas circunstâncias, sobretudo depois de elogiar um torturador, uma pessoa dessa merece no mínimo um cuspe".  

A produção do programa Bate-papo Ponto Com tentou contato com o deputado Bolsonaro e não conseguiu colocá-lo no ar, mas deixou aberto o espaço para resposta.

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