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Jaques Wagner comenta Lava Jato e seguro-desemprego

02/03/15 20h29
Flavia Villela - Repórter da Agência Brasil

O pedido do Ministério Público Federal (MPF) ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que investigue políticos envolvidos no esquema de corrupção denominado Lava Jato, previsto para esta semana, causará turbulência no país, disse hoje (2) o ministro da Defesa, Jaques Wagner.

“O Brasil precisa de calma e tranquilidade para tocar. Não a calma da omissão, mas a calma de separar inquérito do funcionamento normal do país”, comentou. “Cabe ao Ministério Público e ao Judiciário investigação e julgamento, cabe a nós tocar o funcionamento do país. O melhor é que as investigações estejam ladeadas pelo funcionamento normal do país. Se começarem a perturbar tudo, daqui a pouco muita gente vai dizer 'acaba logo essa investigação', porque o país precisa voltar à normalidade ”. A declaração foi feita a jornalistas após solenidade na Escola de Guerra Naval, na Urca, zona sul do Rio de Janeiro.

O ministro defendeu a punição das pessoas físicas que forem consideradas culpadas pelo envolvimento em corrupção na Petrobras. No entanto, Wagner é contrário ao fechamento das empresas envolvidas, “porque assim acabamos tendo consequências danosas para a população. Como no estaleiro da Bahia, que pela indefinição no fluxo dos financiamentos, causou mais de 5 mil demissões”, explicou. “Devemos preservar a empresa e a inteligência nacional. Não podemos jogar a água suja com criança junto”.

Para ele, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a Operação Lava Jato terá poucos resultados práticos. “A CPI acaba trabalhando em cima do que já está revelado. Dificilmente, eles [parlamentares] irão além do que a Polícia Federal já investigou”, disse.

Wagner comentou ainda as novas regras de seguro-desemprego. Segundo ele, as medidas são necessárias no momento atual. “O seguro-desemprego é causa ou efeito da rotatividade de mão de obra? Quanto mais elástica a ferramenta social melhor, mas não pode ser demais, senão pode acabar arrebentando”, ponderou. “Uma coisa é trabalhar com 5% de desemprego e outra é com 15%. Não é o mais simpático, mas é o necessário, para recuperar a capacidade de nossa economia crescer”, completou.

 

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