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Após ouro inédito, Zanetti nem pensa em descanso

07/08/12 10h55

A ficha ainda não caiu para o ginasta Arthur Zanetti, campeão olímpico nas argolas, na última segunda-feira. E não haverá festa para comemorar o feito de ser o primeiro atleta brasileiro da modalidade a ganhar uma medalha em Olimpíada.

“Quando voltar, é para treinar. Férias só no fim do ano mesmo”, afirmou o próprio Zanetti, antes de seu técnico, Marcos Goto, completar a informação.

“O calendário de competições ainda não acabou para ele. Talvez tenha um dia de descanso no Brasil, para se adaptar ao fuso, mas depois volta aos treinamentos”, disse Goto, que apesar da satisfação por seu pupilo colocar a medalha de ouro no peito, negou surpresa com o feito.

“Esse trabalho já é feito há muitos anos. O Arthur já vem se destacando desde 2007. Primeiro foi quarto colocado no Mundial de 2009, depois o vice-campeonato do ano passado, no Japão. Não é surpresa essa conquista para nós”, afirmou, sobre seu atleta de 22 anos.

As palavras sobre Zanetti foram usadas pelo treinador para ilustrar o que pensa sobre os próximos Jogos Olímpicos, no Rio de Janeiro, em 2016. Segundo Goto, a expectativa e cobrança por novas glórias no evento devem ter o mesmo equilíbrio dos investimentos para a formação de atletas.

“Não podemos achar que iniciando um trabalho agora com atletas, medalhas virão. Não se forma atletas em quatro anos. Isso é utopia. O apoio tem que ser maior e quero ver quem vai nos dar suporte. A pressão será ainda maior", prevê Goto, que explicou uma das principais necessidades para o desenvolvimento de um campeão.

"São necessários intercâmbios. O atleta tem que competir internacionalmente, levar 'pau'. Só apanhando que se aprende.”

O novo campeão olímpico, que chegou a pensar em abandonar o esporte quando tinha 15 anos, mantém o ar tranquilo quando questionado sobre os planos para os Jogos do Rio, em 2016. Usando como exemplo sua conquista e o 10o lugar de Sérgio Sasaki no individual geral em Londres, o ginasta sonha com uma atuação ainda mais consistente daqui quatro anos.

“O objetivo é levar uma equipe completa em 2016. Com mais atletas, as chances de chegar em finais e de conseguir medalhas vai aumentando.”

Com antecedência, Zanetti prefere tirar a pressão dos seus ombros sobre a possibilidade de defender a medalha no Rio.

“Não vou querer defender, quero ir para 2016 para fazer o meu melhor. Se passar para a final, quero fazer a minha parte. A medalha vai ser uma consequência."

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