Argentina condenou 557 agentes da ditadura militar em 2014

Brasília - Dezenove julgamentos por crimes contra a humanidade cometidos durante a ditadura militar argentina tiveram suas sentenças emitidas em 2014 e 557 agentes do regime foram condenados, segundo levantamento da Agência Nacional de Notícias Jurídicas da Argentina (Infojus).

A decisão mais emblemática aconteceu no dia 24 de outubro, no Tribunal Federal 1 de La Plata em que foram condenados a prisão perpétua 15 acusados por crimes ometidos em um centro clandestino de detenção conhecido como "La Cacha" que funcionou na localidade de Olmos durante a última ditadura (1976-1983). Entre os condenados está o ex-ministro da ditadura Jaime Lamont Smart

Nessa caso foram investigados os crimes de homicídio, privação ilegal de liberdade e retenção e ocultamento de um menor de 10 anos. Os crimes afetaram 147 vítimas, entre elas Laura Carlotto, filha de Estela Carlotto, fundadora do movimento "Avós da Praça de Maio" que busca crianças sequestradas pela ditadura.

Laura  estava grávida de três meses quando foi sequestrada em novembro de 1977, quando estudava história na Universidade Nacional de La Plata e militava na Juventude Universitária Peronista. Segundo testemunho de sobreviventes, ela foi mantida com vida no centro clandestino de detenção La Cacha, em La Plata, até dar a luz no Hospital Militar de Buenos Aires, no dia 26 de junho de 1978, mas acabou assassinada pelos miltiares.

 O filho de Laura, Guido Carlotto, foi encontrado pelas Avós da Praça de Maio em agosto do ano passado, após 36 anos de busca.

Durante o ano de 2014, as Avós conseguiram recuperar a história de sete netos desaparecidos, entre eles tres casos de mulheres que foram assassinadas grávidas. Ao todo foram 116 netos encontrados pelo trabalho do grupo.