Compartilhar:

Ebola motiva protestos e reuniões na Europa

19/10/14 18h06
Karine Melo
 Manifestantes exigem que as autoridades de saúde respeitem os profissionais do setor (Centers for Disease Control and Prevention)

Milhares de pessoas participaram hoje (19) de uma manifestação em Madri para exigir a demissão da ministra da Saúde espanhola, Ana Mato, e do conselheiro de Saúde, Javier Rodriguez, pela gestão dos dois no primeiro caso de ebola na Espanha.

Veja também:

Auxiliar de enfermagem infectada na Espanha com ebola tem melhora

UPA que atendeu caso suspeito de ebola foi reaberta

Ministério Público Federal recomenda sigilo de dados de suspeitos de ebola

Os manifestantes expressaram o apoio à auxiliar de enfermagem infectada pelo vírus, Teresa Romero, que foi o primeiro caso de ebola registrado na Europa. O protesto, convocado para o terceiro domingo de cada mês, é organizado pela Maré Branca, uma associação de defesa da saúde pública da capital espanhola.

À frente da marcha, que teve a participação de um irmão da auxiliar de enfermagem, um cartaz dizia: “Todos com Teresa”. Os manifestantes exigiam que as autoridades de saúde respeitem os profissionais do setor. A ministra da Saúde tem sido alvo de contestação pela forma como geriu o primeiro caso de contágio de ebola no país, com profissionais de saúde criticando os protocolos aplicados e a formação de profissionais.

O estado de saúde de Teresa Romero continua evoluindo favoravelmente, enquanto os demais pacientes hospitalizados (15) permanecem assintomáticos.

Na Alemanha, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Frank-Walter Steinmeier, propôs a criação de uma missão civil na União Europeia para para tentar combater a epidemia provocada pelo vírus. Segundo Steinmeier, o objetivo da missão será coordenar os esforços dos países europeus envolvidos na luta contra a epidemia e centralizar o envio de material e profissionais de saúde para as regiões afetadas. 

“A Europa deve conjugar melhor as suas capacidades. A Alemanha está formando voluntários para as regiões afetadas”, disse o ministro na abertura da Conferência Mundial da Saúde, em Berlim. Steinmeier referia-se aos mais de 5 mil soldados e pessoal civil do Exército alemão que se inscreveram como voluntários.

A proposta de Steinmeier será apresentada nesta segunda-feira (20), em Luxemburgo, na reunião do Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, que abordará o combate à epidemia de ebola, além de questões relacionadas à situação na Líbia, no Iraque e na Síra, ao Estado Islâmico, ao processo de paz no Médio Oriente e na Ucrânia.

A epidemia de ebola já provocou mais de 4.500 mortes, em cerca de 9.200 casos, a maioria dos quais na África Ocidental, mas casos isolados surgiram na Europa e nos Estados Unidos.

*Com informações da Agência Lusa

Editora Nádia Franco

Compartilhar: