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Após denunciar golpe de Estado, primeiro-ministro do Lesoto regressa ao país

03/09/14 11h02
Da Agência Lusa

O primeiro-ministro do Lesoto, Thomas Thabane, regressou hoje (3) ao país, quatro dias depois de ter fugido de um aparente golpe militar que desestabilizou o pequeno país cercado pela África do Sul. “Ele passou a fronteira e regressou com toda a segurança”, informou Samonyane Ntsekele, um conselheiro que acompanhou Thabane na sua fuga para Pretória, capital da África do Sul.

Ntsekele adiantou que o chefe de governo, que já estaria na residência oficial, foi acompanhado pela “polícia sul-africana” e por “alguns policiais locais”. O aparente golpe de Estado do Exército no Lesoto, às primeiras horas de sábado (30), deixou uma pessoa morta. Uma saída para a crise foi anunciada segunda-feira (1º) em Pretória pela organização regional Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral.

A organização anunciou o envio urgente de observadores políticos e um acordo entre Thabane e o seu adjunto, parceiro de coligação no governo, o vice-primeiro-ministro Mothetjoa Metsing, para a reabertura do Parlamento.

O primeiro-ministro fechou o Parlamento em junho por um período de nove meses, denunciando o risco de um golpe de Estado, embora analistas assegurem que Thabane tomou a decisão para evitar uma moção de censura, depois de perder a confiança dos seus parceiros de coligação.

A crise política agravou-se depois de Thabane ter afastado, na sexta-feira (29), o chefe do Exército, leal ao seu rival. O Exército do Lesoto, no entanto, nega ter dado qualquer golpe, assegurando que a ocupação das instalações da polícia pretendia evitar que se armassem os partidos políticos.

Desde a sua independência do Reino Unido em 1966, o Lesoto foi palco de vários golpes de Estado. Pequeno enclave montanhoso com 2 milhões de habitantes, o país é uma monarquia constitucional.

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