Compartilhar:

Kerry nega que assentamentos afetem busca por acordo entre Israel e Palestina

13/08/13 16h20
Renata Giraldi

Brasília – O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, apelou hoje (13) para que a retomada das construções de assentamentos por Israel em territórios palestinos não ameace as negociações de paz. Mas o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, condenou as construções, argumentando que violam o direito internacional. Amanhã (14), israelenses e palestinos retomarão, em mais uma rodada de negociações, a busca por um acordo. As tentativas de entendimento estavam suspensas desde 2010.

Kerry disse ter conversado, pela manhã, com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e que ainda hoje vai telefonar para o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas. Segundo o secretário de Estado, na conversa com o israelense, Netanyahu garantiu que a retomada das construções “não compromete o processo de paz”.

Leia mais sobre a visita de John Kerry ao Brasil

Kerry diz que EUA têm interesse em facilitar ingresso de brasileiros, mas isenção de visto vai demorar

EUA vão manter monitoramento de dados de cidadãos americanos e estrangeiros, diz Kerry

Para Kerry, se estabelecidas as medidas sobre segurança e fronteiras, a questão dos assentamentos ficará em segundo plano. Ele se disse confiante no cumprimento do prazo da busca de acordo em nove meses. “Há um prazo de nove meses para discutir a questão de segurança e de fronteiras de Israel. Se resolvermos isso, será resolvida a questão”, ressaltou.

“Ao mesmo tempo em que apoiamos os esforços [na busca pela paz], condenamos os assentamentos israelenses, que representam uma violação do direito internacional. Este tipo de fato não contribui”, acrescentou Patriota.

No último dia 11, o Ministério da Habitação de Israel anunciou a construção de 1.187 casas para colonos israelenses em território palestino. A decisão ocorreu a três dias da próxima rodada de negociações de paz entre israelenses e palestinos. As construções estão entre os principais entraves para as negociações.

De acordo com o comunicado do governo israelense, deverão ser construídas 793 habitações em Jerusalém oriental e 394 na Cisjordânia. Os palestinos exigem de Israel o fim da construção nos territórios ocupados, mas aceitaram retomar as negociações com base em um compromisso verbal.

Edição: Beto Coura
 

Compartilhar: