Compartilhar:

FAO tem novo representante no Brasil e em Portugal

16/02/13 13h21
Carolina Gonçalves*
Alan Bojanic é novo representante da FAO em Brasil e Portugal (© Foto: Carlos Vera/CEPAL)

Brasília e Lisboa - "Nos últimos 20 anos o Brasil é o país que mais avançou no combate à fome". Com essa avaliação, Hélder Multeia resume os avanços conquistados ao longo dos dois anos e meio em que esteve a frente da representação da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) no país. A partir do próximo dia 18, o cargo será ocupado por Alan Bojanic, que já liderou as atividades da organização no Chile e no escritório regional para América Latina e Caribe.

Multeia afirmou, com exclusividade à Agência Brasil, que o novo representante da organização em território brasileiro não encontrará dificuldades. "O Brasil, como parceiro para os objetivos da FAO, é um país que está na linha de frente. É um país que já cumpriu as Meta do Milênio, onde a classe média cresce a olhos vistos e que tem políticas públicas importantes. Esse é o grande diferencial do Brasil", disse.

Quando assumiu o cargo, em agosto de 2010, o moçambicano Hélder Multeia tinha desafios claros. Entre eles, fortalecer, por meio do diálogo com setores do governo e de outros segmentos, medidas de apoio à pequena agricultura, à segurança alimentar e à preservação ambiental. "Houve grandes avanços nestas áreas porque o Brasil avançou muito com programas como o Fome Zero, que ficou ainda mais amplo com o Brasil sem Miséria", destacou.

Muitas das políticas e programas brasileiros foram reproduzidos em territórios onde a fome é um problema mais grave, como na África. Esta foi uma das principais atribuições de Multeia junto a FAO no Brasil. "Iniciamos programas de parcerias com outros blocos tanto na América Latina como na África. Reproduzimos programas como o de aquisição de alimentos e de alimentação escolar, que é um sucesso", lembrou.

A parceria também possibilitou a criação do programa Mais Alimentos África, nos mesmos moldes do programa criado no Brasil para apoiar a pequena agricultura com linhas de investimento para a modernização da propriedade rural. "Para os países africanos, o Brasil tem um cardápio de possibilidades de desenvolvimento com todas estas políticas de alimento, de apoio a pequena agricultura e do programa de cisternas", disse.

A partir desta segunda-feira (18), Multeia assume o escritório da organização criado recentemente em Lisboa, Portugal. Com um currículo que reúne passagens por cargos como o de ministro da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, de vice-ministro de Pesca de Moçambique e de chefe do Departamento Técnico de Avicultura, em Maputo, Multeia sabe que terá um novo desafio a partir de agora, com atribuições diferentes das que assumiu no Brasil e na representação da Nigéria, anos antes

Na Europa, o escritório da FAO tem uma natureza diferenciada por não ter o status de representação. "Temos um escritório de ligação, de diálogo e de partilha. Vamos desenvolver um trabalho conjunto na CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa]", explicou. Segundo ele, os países que integram a CPLP vão criar uma plataforma de cooperação para atuarem, conjuntamente, no combate à fome nessas regiões.

Sobre a nova atividade em território português e as dificuldades que pode enfrentar, principalmente por se tratar de um dos países mais afetados pela crise econômica mundial, Multeia disse que só definirá outras atividades a partir das conversas que já estão sendo agendadas com representantes do governo e do setor produtivo de Portugal.

Colaborou Gilberto Costa

Edição: Fernando Fraga

 

Compartilhar: