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Oposição venezuelana convoca marcha contra “alteração da ordem constitucional”

10/01/13 19h52
Apoiado por 14 partidos políticos, o oposicionista Henrique Capriles Radonski (Mesa de Unidade Democrática) disputa eleição presidencial na Venezuela este domingo (7) (Manaure Quintero / EPA)

Caracas, 10 jan (Lusa) - Deputados da coligação da oposição venezuelana "Unidade Democrática" (UD) afirmaram que a posse do presidente Hugo Chávez constitui uma "alteração da ordem constitucional" e convocaram para 23 de janeiro uma marcha em defesa da Constituição e da soberania popular.

"Condenamos a alteração da ordem constitucional que resulta da recusa da Assembleia Nacional de permitir que o presidente (do parlamento) assuma o lugar de como Presidente (da Venezuela) interino", diz um comunicado da UD divulgado em Caracas.

Segundo os opositores, o presidente do parlamento, Diosdado Cabello, deveria assumir hoje o cargo de Presidente da Venezuela, até que Hugo Chávez, internado num hospital em Cuba, regresse ao país e seja empossado."Como consequência dessa sentença os venezuelanos estarão submetidos a funcionários não eleitos que serão detentores do poder executivo até que cesse o impedimento de o Presidente eleito comparecer na Assembleia Nacional (para tomar posse)".

Os opositores insistem que Hugo Chávez está "numa delicada situação de saúde", que "limita a sua capacidade para exercer plenamente as funções de governo", mas reconhecem que "Hugo Chávez Frías tem o direito de governar a Venezuela por seis anos" por ter sido reeleito para um novo mandato.

Para a UD, "a atual situação cria incerteza sobre quem governa a Venezuela". Hugo Chávez, 58 anos, foi reeleito presidente a 07 de outubro de 2012 e deveria tomar posse hoje, no entanto o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela considerou na quarta-feira que tal não é necessário, por motivos de saúde, e que poderá fazê-lo mais tarde perante o supremo.

Em tratamento de um câncer na região pélvica, Chávez apareceu em público pela última vez a 11 de dezembro de 2012, quando foi submetido a mais uma cirurgia em Cuba, após a qual terá desenvolvido uma infecção pulmonar. Antes de partir Hugo Chávez manifestou que em caso de ficar impossibilitado de continuar governando, deveriam ser convocadas eleições e que o atual vice-presidente, Nicolás Maduro, deveria ser o candidato da revolução.

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