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Colômbia não acata decisão de Haia e ameaça desconhecer a Corte

22/11/12 10h18
Região do Caribe em destaque é disputada pela Colômbia e Nicarágua (Zero Gravity/Wikimedia Commons)

Buenos Aires, 21 de novembro, (Télam) – O governo da Colômbia continua sem acatar a decisão da Corte Internacional de Justiça (CIJ) que na segunda-feira (19) concedeu à Nicarágua uma área do mar do Caribe que estava em disputa. A  Colômbia mantém a sua frota armada na zona e advertiu publicamente que analisa a possibilidade de desconsiderar a jurisdição do tribunal.

O Comandante da Marinha colombiana, almirante Roberto Garcia, revelou que Juan Manuel Santos, o presidente do país, ordenou que se mantenha a soberania da jurisdição colombiana que historicamente foi reconhecida há 200 anos, até que o governo defina qual atitude será tomada com respeito à sentença da corte internacional, conforme reportou o jornal El Espectador e a emissora de rádio, Caracol.

García afirmou que em virtude dessa ordem a Marinha segue patrulhando o meridiano 82, considerado pela Colômbia como a fronteira de suas águas com as da Nicarágua, e cujo limite foi modificado pela CIJ.

Enquanto isso, a chanceler María Angela Holguín anunciou que o governo estuda seriamente a possibilidade de que o país abandone o pacto mediante o qual reconhece a jurisdição da CIJ, iniciando contatos com organizações internacionais e países vizinhos em busca de adesão.

A chanceler colombiana também adiantou que já escreveu ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon; e ao secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, apelando para ferramentas do Tratado de Solução Pacífica para Controvérsias, do Pacto de Bogotá, e que podem ser úteis à posição da Colômbia.

Na última segunda-feira, a CIJ confirmou a soberania colombiana sobre sete ilhotas do arquipélado de San Andreas, Providencia e Santa Catalina; e concedeu à Nicaragua uma ampla porção de mar ao leste do meridiano 82, o qual a Colômbia reinvidicava como fronteira.

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