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Saiba o que o reajuste do salário mínimo compra na cesta básica

20/12/12 13h52
Leyberson Pedrosa
Goiânia foi a cidade que permitiu comprar mais carne e arroz com o aumento do salário mínimo (Garfada / Creative Commons)

A partir de 2013, os brasileiros contarão com um novo salário mínimo. De R$ 622, o salário mínimo será de R$ 678,00, conforme anúncio realizado na segunda-feira (24) pela Ministra-Chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. (Antes, a lei orçamentária de 2031 previa um valor de R$ 674,96), O aumento bruto total será de R$ 56 (9%). Enquanto isso, a última prévia do índice da inflação oficial de 2012 (IPCA-15) fechou em 5,78%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Entre uma conta e outra, é como se o aumento real para os brasileiros fosse de apenas 3,22%. Ou seja, o poder de compra com o novo salário mínimo aumentou, na verdade, R$ 20 aproximadamente. A conta é simples: taxa do reajuste do salário mínimo menos prévia da inflação (8,51 - 5,78  = 2,73%).

Mas o que isso significa na prática?

O Portal EBC comparou o aumento em relação ao gastos dos brasileiros com a cesta básica. Como base, utilizamos os dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que divulga mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica.

Da lista do que o Dieese considera como ração ideal para uma cesta básica, selecionamos a carne (de 2ª qualidade) e o arroz como itens que poderiam ser reforçados com o dinheiro do reajuste. Para a análise, utilizamos a capital de cada região pesquisada que teve o menor valor de cesta básica em novembro de 2012. Confira o ranking e saiba onde os R$ 20,00 valem mais:

1) Região Centro-Oeste – dá para comprar mais com troco
Em Goiânia, a cesta básica custava R$ 237,92. Em 2013, com o aumento real do salário mínimo, ou seja, R$ 20, o consumidor poderá aumentar a cesta básica em 8%. Isso equivale ao valor médio de 1 kg de carne (R$ 13,18) mais um 3 kg de arroz (R$6,00). De troco, ainda sobrariam R$ 0,82.

2) Região Norte - compra com "troquinho"
Belém apresentou uma cesta de R$ 270,22 em novembro. Com os mesmos 20 reais, o paraense consegue comprar 1 kg de carne (R$ 13,84) e 2,5  kg de arroz (6,08) e levar 8 centavos de troco.

3) Região Sul - mais itens na cesta com dinheiro contado
Os curitibanos pagam R$ 270,84 pela cesta. Para aumentar a relação de itens em Curitiba, os R$ 20 do reajuste do salário mínimo daria para mais 1 kg de carne (R$ 15,32) e 2 kg de arroz (R$ 4,68), sem troco.

4) Região Sudeste –  menos arroz na compra
No Rio de Janeiro, uma cesta sai, em média, por R$ 272,10. Com os R$ 20 livres, o carioca conseguiria comprar um quilo de carne (R$ 14) e 1,5 kg de arroz (R$ 4,68), trazendo de volta R$ 1,32 de troco para casa.

4) Região Nordeste - situação mais apertada
Em Aracaju, o trabalhador precisa gastar, em média, R$ 205,63 para ter uma cesta com todos os itens que a Dieese considera como ração essencial. No ano que vem, o sergipano poderia adicionar à lista mais um saco de 1 kg de carne (R$ 15,18) e 1,5 kg de arroz. De troco, o nordestino teria R$ 1,05. 

 

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