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Amigo de dançarino morto no Rio diz que eles sofreram ameaças de PMs

24/04/14 22h44
Da Agência Brasil

O artista e bombeiro civil Paulo Henrique dos Santos, de 37 anos, amigo do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira (conhecido como DG), foi nesta quinta-feira (24) à delegacia para denunciar que os dois sofreram ameaças de policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Pavão-Pavãozinho, na zona sul da capital fluminense, no sábado de madrugada (19). A informação sobre a ida à delegacia é do advogado da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Rodrigo Mondego, que acompanha o caso.

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Santos informou mais cedo que foi abordado por policiais que o chamaram de bandido. “Uma guarnição da UPP Pavão-Pavãozinho composta de nove militares chegou para mim e ficou falando que eu era bandido, que eu era vagabundo, que vivia no meio de um monte de marginal”, relatou o artista, que disse morar na comum idade há 37 anos. O bombeiro civil contou que, no momento da ameaça, eles estavam acompanhados por integrantes do Bonde da Madrugada, grupo em que DG dançava.

“Eu falei pra ele [policial]: 'Ali na frente onde eu estava, onde o senhor está falando que tem um monte de bandidos, de traficante, tem pessoas do bem, inclusive pessoas do Bonde da Madrugada, da [apresentadora] Regina Casé, do [programa da TV Globo] Esquenta'.” Santos relatou que disse ao policial que ele e DG gravariam um clipe. “Ele falou: 'Quem? O DG do Esquenta? Eu sei em que esquenta ele trabalha. Ele também é bandido'.”

O dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira foi encontrado morto na terça-feira (22) em uma creche na comunidade. A Polícia Civil investiga se há envolvimento de PMs na morte do rapaz.

Segundo a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), os policiais não sabiam que o rapaz foi morto e só descobriram o corpo depois, junto com peritos da Polícia Civil. Um procedimento apuratório foi aberto pela CPP.

Editor: Juliana Andrade e Carolina Pimentel

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