Compartilhar:

Sobe número de pessoas internadas com sintomas de pneumonia após tragédia

30/01/13 08h22
Mariana Jungmann
Incêndio em boate deixa centenas de mortos e feridos na cidade. As causas da tragédia ainda estão sendo investigadas (Deivid Dutra/ A Razão)

Santa Maria - Subiu para 143 o número de pessoas internadas em Santa Maria e Porto Alegre, vítimas do incêndio na Boate Kiss, na madrugada do último domingo (27). São cerca de 20 pessoas a mais que procuraram os serviços de saúde porque estiveram na casa noturna no momento da tragédia e apresentaram sintomas como cansaço e falta de ar, típicos da pneumonite química que pode ocorrer até cinco dias depois do acidente. Essas pessoas estão internadas em observação e o quadro pode evoluir para a necessidade de respiração por aparelhos.

Os números foram divulgados pelo porta-voz da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), Neio Pereira. Segundo ele, o número de pessoas em estado crítico, com risco de morte, permanece em 75. Eles estão dentro de um grupo de 82 pessoas internadas em unidades de terapia intensiva (UTIs), sendo que desses, 57 estão em Porto Alegre e 25 em Santa Maria. Não há previsão de novas transferências, hoje, de pacientes para a capital.

LEIA TAMBÉM:
- Presidente do TJRS prevê ações coletivas após tragédia
- Argentina e Uruguai doam pele para feridos
- UNE cobra apuração rápida de tragédia em boate Kiss
- Voluntários ajudaram a salvar vidas em hospital de Santa Maria
- Disque-Denúncia recebe mais de 80 ligações sobre insegurança em prédios no Rio

Segundo Pereira, há também a preocupação com os sintomas pós-trauma, que podem atingir as famílias à medida que o tempo da tragédia vai passando. “O estresse causado pelo trauma muitas vezes demora de 48h a 72h para aparecer. As pessoas começam a entrar em depressão pelo luto, o que é normal. Pessoas que estavam lá dentro e saíram, familiares que começam a apresentar alguns sintomas”, explicou o médico.

Por isso, o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) de Santa Maria está atendendo, durante 24 horas, com equipes de psicólogos e psiquiatras, inclusive voluntários. As autoridades de saúde pedem que caso seja observada a necessidade de acompanhamento para pessoas que perderam parentes e amigos na tragédia, elas devem ser levadas ao Caps para atendimento.

Edição: Graça Adjuto

Compartilhar: