Compartilhar:

Kabengele Munanga fala sobre História da Diáspora Africana

16/10/12 14h27
EBC
Kabengele Munanga, professor de antropologia e diretor do Centro de Estudos da Universidade de São Paulo. (Ação Afirmativa)

O professor de antropologia, Kabengele Munanga, destaca a abrangência da obra que não vai contemplar apenas o Brasil, mas também os países africanos de língua portuguesa como Angola, Guiné Bissau, Cabo Verde, Moçambique e São Tomé e Príncipe. Para Munanga, a coleção revela ao mundo tudo que foi negado à África: história, civilização, cultura, religião, ciência e tecnologia, filosofia, relações internacionais e intercâmbios comerciais; tudo o que, segundo o professor, de fato existiu.

Considerada também como berço da humanidade, é a partir da África que a história das grandes civilizações se desenvolveram, como a egípcia. No entanto, o tráfico negreiro, a escravidão e a ocupação colonial foram acontecimentos de grande envergadura que mudaram a história original da África. Muganga entende que, como todos os povos, a África tem passado, presente e continuidade, e apesar de não ter sido tão destacadas, a África possui culturas e civilizações.

Para o antropólogo, não foram os africanos que negaram suas próprias histórias, mas sim os ocidentais, por questões ideológicas e preconceituosas. E isso, acabou alienando a personalidade coletiva do próprio africano. “O Ocidente, por influência do pensamento hegeliano, não acreditou que a África pudesse ser objeto de estudo historiográfico. Por isso, inventou novas ciências capazes de aprender as “sociedades primitivas africanas”. Daí surgiram ciências como a etnografia, etno-linguística e a etno-filosofia”, explica. Para Munanga, a coleção é uma proposta a preencher essa lacuna.

Confira o discurso de Munanga

Creative Commons - CC BY 3.0 -

 

Compartilhar: