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Lenine abre Bienal da UNE e diz que a arte depende cada vez mais do subsídio do Estado

23/01/13 12h01
Mariana Tokarnia (enviada especial)
Lenine: "Minha música fala mais que qualquer entrevista que eu possa dar”. (foto: Deltafrut / Creative Commons)

Olinda (PE) – Minutos antes de subir ao palco, na abertura da 8ª Bienal de Arte e Cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE), o músico Lenine disse que a cada dia a cultura depende mais de subsídio do Estado e que isso não é bom. "Quando a gente fala em financiar cultura, vai ter que falar em eleger quem tem prioridade. Vai ser sempre dependente de quem organizar isso”, acrescentou.

Em entrevista à Agência Brasil, além de abordar a cultura no país, Lenine falou sobre política - disse não acreditar em partidos políticos - e lembrou o grande homenageado do evento, Luiz Gonzaga, que completaria 100 anos em 2012. Ele destacou que presta homenagem ao sanfoneiro a toda hora. "Eu faço o tempo todo”.

O cantor e compositor disse ainda que a única maneira que tem de mudar o mundo é tentar melhorar as coisas à sua volta. "Minha música fala mais que qualquer entrevista que eu possa dar”. Para ele, o governo trouxe melhorias em vários campos, especialmente na economia. Ele citou a época em que a moeda desvalorizava em uma única noite. Agora, diz que vê perplexo um Brasil que em vez de pedir dinheiro ao Fundo Monetário Internacional (FMI), realiza empréstimos à instituição.

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Lenine manifestou satisfação em se apresentar na Bienal da UNE. Disse que, de alguma maneira, continua jovem e lembrou a época de estudante. “Ao longo da minha vida tive uma parceira, que chamo de "senhora estranheza", que me levava a querer fazer um pouco diferente, ir um pouco mais além. E está cheio de seres estranhos aqui. De alguma maneira, me identifico com isso”.

Assista reportagem da TV Brasil:

Creative Commons - CC BY 3.0 -

A 8ª Bienal de Arte e Cultura da UNE é considerada o maior evento estudantil da América Latina e deve reunir em Olinda cerca de 10 mil jovens de todos os estados até sábado (26). O evento inclui debates sobre política estudantil e cultura em mostras de teatro, música, cinema, seminários e apresentações de trabalhos acadêmicos. O tema desta edição é A Volta da Asa Branca, uma homenagem ao centenário de Luiz Gonzaga.

Edição: Graça Adjuto

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