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Baixada Fluminense terá prédio sustentável para economia criativa

10/06/15 17h59
Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil

A entidade ambientalista Onda Verde, de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, se prepara para inaugurar, em agosto próximo, o primeiro prédio inteiramente sustentável de uma organização não governamental (ONG) ambiental. “Arrisco dizer que é o primeiro do país”, disse hoje (10) à Agência Brasil o gerente de Políticas Públicas da ONG, Helio Vanderlei.

A nova unidade se somará às duas já existentes da Onda Verde, que funcionam no bairro de Tinguá, onde vivem 4,2 mil pessoas. O prédio sustentável sediará o Centro de Economia Criativa da ONG. Com patrocínio do Programa Petrobras Socioambiental, o projeto objetiva transformar a vida de meninas e adolescentes de 16 a 21 anos, do segundo ou terceiro ano do ensino médio da rede estadual na região, por meio de cursos criativos que estimulem novas possibilidades no mercado de trabalho e permitam que as jovens sejam donas de seus próprios negócios.

Enquanto aguardam a inauguração do Centro de Economia Criativa, as meninas já iniciaram os cursos criativos dados nas duas unidades sustentáveis da organização: o Centro de Educação Ambiental, construído há 17 anos, com paredes de isopor; e o Centro de Pesquisa da Mata Atlântica, que tem o bambu como principal material. A primeira turma já foi iniciada. Em julho próximo começará a segunda turma de alunas, prevendo-se duas novas turmas em setembro e novembro. Cada turma com 25 jovens.

A metodologia do Centro de Economia Criativa se baseia em oficinas variadas, como fotografia, roteiro e cinema de base comunitária, gastronomia e alimentação saudável. “São oficinas que mostram a essas jovens mulheres onde elas se identificam e se percebem como empreendedoras”, segundo Vanderlei. Ele disse que em outra fase a entidade trabalha a profissionalização das meninas, mostrando como abrir uma empresa, como se tornar um microempreendedor individual (MEI).

No módulo de direitos humanos, advogadas e sociólogas abordam a Lei Maria da Penha, trabalho coletivo, planejamento familiar, corpo e sexualidade, entre outros temas. Elas recebem também noções de carreiras ligadas à preservação do meio ambiente.

No próprio conjunto de prédios sustentáveis, as alunas vivenciam a parte de conservação do meio ambiente, acrescentou o gerente de Políticas Públicas. “Eu diria que é um complexo socioambiental”, ressaltou. Hoje, tiveram início os serviços de instalação das pás que vão gerar energia eólica (dos ventos) para o projeto do Centro de Economia Criativa. No próximo mês, chegará o painel de energia solar.

“O prédio vai ser autossuficiente em energia, e quando ele não funcionar, a gente distribui a energia para a Light”, informou Vanderlei, adiantando que o projeto é inédito na Baixada Fluminense e será referendado com a certificação Green Building Council Brasil (GBC Brasil) de avaliação de prédios sustentáveis.

 

Editor Stênio Ribeiro
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