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Cadeia de produção de alimentos e de energia da biomassa aumentam PIB

13/11/12 17h14
Mariana Tokarnia
(Valter Campanato/ABr)

Brasília – Cerca de 80% do crescimento de 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrado em 2011, tiveram origem na cadeia de produção de alimentos e de energia da biomassa. Do que corresponde à agricultura, 60% foram produzidos na Região Centro-Oeste. Os dados foram divulgados no Seminário Centro-Oeste, Tempo 3: Bases para o Planejamento Estratégico do Desenvolvimento Sustentável, organizado pelo Fórum do Futuro. O evento discute hoje (13) diretrizes para o desenvolvimento sustentável da região.

Segundo o Fundo das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), nos próximos anos, caberá ao Brasil atender a cerca de 40% do incremento da demanda por alimentos do mundo. De acordo com estimativas do fórum, é da Região Centro-Oeste que virá grande parte dessa produção, que aumenta com o passar dos anos. A Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), do Ministério da Integração Nacional, calcula um crescimento do PIB da região em 5,9% , de maio de 2011 a maio de 2012, mais do que o dobro do PIB brasileiro do ano passado.

“O Centro-Oeste é uma das chaves que o Brasil tem e talvez a primeira a ser aberta. A região está crescendo em uma velocidade muito maior que o país e precisa ter um debate para antecipar previsões sobre o futuro que estamos buscando”,  disse o ex-ministro da Agricultura Alyson Paulinelli, membro do conselho consultivo do Fórum do Futuro.

O também ex-ministro da Agricultura e membro do fórum, o engenheiro agrônomo Roberto Rodrigues, disse que, no mundo, não há política de segurança alimentar global. Segundo ele, apesar das produções serem locais, o estoque de alimentos deveria pertencer ao mundo todo. “Os países que têm condições de produzir, devem ter políticas públicas para isso. O Brasil é um deles e a Região Centro-Oeste é o nosso Maracanã”, compara. “Qual a estratégia necessária para darmos um salto e ganharmos a Copa do Mundo? Cinco fatores: logística e estrutura, políticas de renda, politica comercial, tecnologia, além da questão institucional, que talvez seja o goleiro do time, passando por Executivo, Judiciário, toda a estrutura do poder.”

No que diz respeito à legislação, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), as atuais leis impõem limites para o crescimento horizontal, o que força o país a buscar um aumento da eficiência e da produtividade. “O Centro-Oeste tem um papel importantíssimo nesse processo. Uma extensão considerável das áreas de pastagens degradadas estão localizadas na região e é aí que se dará a expansão da agricultura no Brasil”, diz o presidente da Embrapa, Maurício Lopes.

Já a infraestrutura foi considerada nos debates como uma das maiores fragilidades brasileiras. De acordo com dados apresentados pelo engenheiro agrônomo Célio Floriani, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), o país perde, por ano, 1,6 bilhões de toneladas por deficiência de infraestrutura. As perdas em importações e exportações somam US$ 5 bilhões por ano. Apesar de as deficiências estarem distribuídas no país todo, o pesquisador ressalta que o Mato Grosso é um dos estados menos prejudicados, muito devido à produção de soja, uma das maiores do país.

Edição: Fábio Massalli

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