Camila Maciel
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Terminou, por volta das 9h de hoje (10), o protesto do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), que reuniu 6 mil manifestantes e durou 5 horas. A passeata chegou a bloquear a Estrada do M'Boi Mirim, a Marginal Pinheiros e a Ponte dos Remédios.
Os manifestantes fazem parte do Acampamento Nova Palestina, na zona sul, onde vivem quase 8 mil famílias. Eles reivindicam a revogação de um decreto municipal de utilidade pública, que destina a área ocupada (de 1 milhão de metros quadrados) para a construção de um parque público.
“A manifestação ocorreu por conta da posição do prefeito Fernando Haddad, na última quarta-feira (8), de suspender as desapropriações tanto para obras de moradia, quanto para outras obras, e também pelo posicionamento que ele expressou publicamente sobre a ocupação Vila Nova Palestina”, disse Guilherme Boulos da coordenação do MTST. Para Boulos, o prefeito demonstra desconhecimento sobre a região, pois a 50 metros do terreno já existe o Parque Ecológico de Guarapiranga.
A prefeitura, no entanto, argumenta que o local é área de preservação ambiental. “A maior parte [do terreno] não pode ser usada para edificar moradias, porque é uma área de preservação ambiental", disse Haddad.
A ocupação começou há pouco mais de um mês, com cerca de 2 mil famílias, e já quadruplicou. A explicação para isso, segundo Boulos, é o déficit habitacional, o aumento dos valores dos aluguéis e o aumento da especulação imobiliária. “O valor dos aluguéis aumentou muito, mais do que a capacidade das famílias mais pobres de pagar”, disse. “As ocupações cresceram por conta da demanda por moradia, não é decisão de um movimento aumentar as ocupações. Isso ocorre por conta de um problema social grave”, acrescentou.
Edição: Denise Griesinger
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