Aumento de renda e emprego "são combustíveis" da saúde suplementar, diz FenaSaúde

30/12/2013 - 15h01

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O ano de 2013 manteve o crescimento que vinha sendo observado há dois anos no número de beneficiários de planos de saúde. Até junho, de acordo com números da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o ritmo de crescimento mostrou um pequeno recuo, de 3,5% para 2,7%.

O dado mais recente divulgado pela agência mostra, porém, que o indicador voltou aos patamares anteriores, na faixa de 3,2%. “O crescimento continua respondendo ao ciclo positivo de aumento de renda e de manutenção do nível de emprego, que são os dois principais combustíveis do setor”, explicou o presidente da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), Marcio Coriolano. A expectativa é que a expansão do setor em 2014 fique entre 3,5% e 4%.

Para ele, o desenvolvimento do setor está se pautando nas pequenas e médias empresas. “Como a saúde é considerada importante pela população, passou a ser incorporada como uma política efetiva de benefício por parte das empresas. Hoje, plano de saúde é tão importante quanto salário.”

Outro dado importante para o resultado do setor é a interiorização do desenvolvimento e o alcance de regiões que não eram tão abastecidas por planos de saúde, em especial o Norte, o Nordeste e o Centro-Oeste. Segundo as estatísticas da ANS e das próprias operadoras, essas regiões são as que mostram maior crescimento em termos relativos. “Plano de saúde hoje não é só coisa de bacana. É um item não só desejado, como comprado por segmentos de amplas classes de renda e de todas as regiões do Brasil.”

A FenaSaúde não vê como positiva a suspensão da comercialização de planos de saúde das operadoras privadas pela ANS, disse Coriolano. Ele garantiu que a entidade apoia a regulação do setor e o órgão regulador, mas considera a metodologia de fiscalização equivocada. Por isso, entrou com medida judicial para derrubar a suspensão de 150 planos administrados por 41 operadoras, determinada pela ANS em novembro.

Apesar das críticas, avaliou como positiva a criação de um grupo técnico pela ANS para aprofundar o debate sobre a metodologia de monitoramento, atendendo a um pleito da própria FenaSaúde. Esse grupo técnico será integrado por representantes de entidades de defesa do consumidor, do Ministério Público, da Defensoria Pública e pelas empresas operadoras. Já ocorreu uma primeira reunião e, a partir de agora, começará a ser detalhado o plano de ação.

A FenaSaúde conta com 17 grupos empresariais associados que respondem pela proteção à saúde de 24,3 milhões de beneficiários, o que corresponde a cerca de 36,6% dos beneficiários da saúde suplementar no país.

Edição: Andréa Quintiere

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