Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – O presidente do Grupo Investimentos e Participações em Infra Estrutura S/A (Invepar), Gustavo Rocha, disse que a empresa está estudando desde 2009 a BR-040, tendo como principal trecho de interesse o arrematado hoje (27), devido ao potencial de crescimento das regiões abrangidas. “É uma rodovia que liga a capital da República à segunda maior cidade do país e à terceira maior cidade. É um grande desafio, com um processo de duplicação de 557 quilômetros ao longo de cinco anos, mas estamos muito tranquilos com nossa proposta e acreditamos no sucesso do projeto”.
Ao todo, serão 11 praças de pedágio. Segundo Rocha, o perfil da rodovia é diversificado, sendo rota de passeio, trabalho, carga e carga geral, além de pegar um pouco da rota de escoamento. “Para nós, isso é bom, porque não dependemos de uma única atividade ou de movimento cíclico associado a essa atividade”.
O Invepar foi o vencedor do leilão da BR-040 para os trechos do Distrito Federal, de Goiás e Minas Gerais feito hoje na BM&FBovespa, na capital paulista. O grupo ganhou de outros sete concorrentes com oferta de pedágio de R$ 3,22 por cada 100 quilômetros (km) rodados, o que representou deságio de 61,13%. A tarifa-teto, estipulada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para o leilão da BR-040, foi R$ 9,54 para cada 100 km.
A rodovia deverá ser concedida dentro do Programa de Investimento em Logística (PIL), do governo federal, que já licitou, entre outros trechos, a BR-050, entre Goiás e Minas Gerais, e a BR-163 em Mato Grosso. De acordo com a ANTT, a assinatura do contrato de concessão será no dia 6 de março de 2014. O segmento vai de Brasília, do entroncamento com a BR-251, até Juiz de Fora, em Minas Gerais.
A previsão é que haja 11 praças de pedágio no trecho, que tem 936,8 quilômetros. O pedágio só pode ser cobrado depois de concluídas as obras de duplicação em 10% da rodovia.
A previsão do governo é que sejam investidos R$ 7,92 bilhões ao longo de toda a concessão. Além das obras de duplicação, o vencedor deverá fazer a manutenção da rodovia e investir em melhorias.
De acordo com o ministro dos Transportes, César Borges, o governo federal considera que a etapa de 2013 foi concluída com sucesso pela confiança das empresas no processo e a obtenção da modicidade tarifária devido à concorrência do mercado. “É um processo que inova por impor a duplicação em cinco anos, o que é desafiador mas dá confiança ao usuário. Ele sabe que em cinco anos terá a rodovia duplicada. E sabe também que o grupo só poderá cobrar o pedágio depois de 10% de trechos duplicados”.
Borges destacou que o governo deve continuar o processo de concessões rodoviárias para resolver os problemas de gargalos logísticos no país. “O modal rodoviário é o principal e ainda vai continuar sendo durante muito tempo porque não se muda de uma hora para outra. O que precisamos é incentivar o ferroviário para transporte de passageiros e cargas. No rodoviário, precisamos duplicar os grandes eixos”. Borges disse que o governo começará no ano que vem a incentivar as licitações para as ferrovias.
Edição: Graça Adjuto
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