Da Agência Lusa
Brasília – O ex-presidente egípcio Mohamed Mursi, destituído em julho pelo exército, vai ser julgado pela morte de oficiais durante a revolta em 2011, que levou ao fim do regime de Hosni Mubarak. O anúncio foi feito hoje (21) pelos procuradores encarregados do processo.
Mursi também é acusado de ter fugido da prisão de Wadi Natroun e será julgado juntamente com com mais 132 pessoas, dos quais 70 são membros do movimento islâmico palestino Hamas e xiita libanês Hezbollah.
Os procuradores afirmaram que os militares da irmandade muçulmana, à qual pertence Mursi, do Hamas, do Hezbollah e dos jihadistas atacaram prisões e postos de polícia nos primeiros dias da revolta de 2011. Os ataques provocaram a morte de policiais e possibilitaram a libertação de milhares de detidos.
Preso após a sua destituição, em 3 de julho, Mursi está para ser julgado atualmente por cumplicidade na morte de manifestantes quando exercia o cargo de presidente do Egito. O presidente também deverá ser julgado por espionagem por perpetrar ações terroristas, implicando o Hamas e grupos jihadistas.
Mursi foi o primeiro presidente egípcio democraticamente eleito e acabou por sendo deposto pelo exército. Desde então, mais de mil pessoas, na sua maioria islamitas, foram mortas em confrontos com a polícia nas ruas e milhares foram presas. Entretanto, o tribunal acusou Ahmed Shafiq, rival de Mursi nas eleições de 2012, pela prática de crimes de corrupção.