Polícia catarinense abre segundo inquérito sobre briga durante jogo entre Atlético-PR e Vasco

11/12/2013 - 10h48

Alex Rodrigues
Repórter Agência Brasil

Brasília – A Polícia Civil de Santa Catarina instaurou segundo inquérito para tentar identificar mais torcedores envolvidos na briga que, no último domingo (8), paralisou por mais de uma hora o jogo entre Atlético Paranaense (PR) e Vasco da Gama (RJ). A partida foi disputada em Joinville (SC), pela última rodada do Campeonato Brasileiro 2013, e resultou em vários feridos: quatro tiveram de ser levados ao hospital mais próximo.

A Polícia Civil também criou um e-mail para que a população possa ajudar na identificação das pessoas que aparecem nas fotos e imagens de TV. Informação que ajude os investigadores pode ser enviada para o endereço denunciajogojoinville@pc.sc.gov.br ou informada pelo telefone 181, do Disque Denúncia.

O primeiro inquérito, aberto domingo, tinha a finalidade de propiciar a prisão em flagrante dos únicos três participantes da briga até então identificados. Os cariocas Arthur Barcelos Lima Ferreira, 26 anos; Jonathan Fernandes dos Santos, 30, e Leone Mendes da Silva, 22, estão detidos em caráter preventivo e aguardam julgamento na Penitenciária de Joinville. O baixo número de presos foi criticado pelo ministro do Esporte, Aldo Rebelo, que defendeu punições severas para os envolvidos.

“Tivemos a prisão de três torcedores quando, pelas cenas [mostradas pela TV], podemos concluir rapidamente que dezenas deveriam ter sido presos”, disse o ministro na segunda-feira (9), logo após visitar o estádio do Corinthians, em São Paulo (SP).

O novo inquérito, instaurado ontem (10), também servirá para que a polícia civil apure as responsabilidades pelo episódio e se o estádio municipal onde o jogo foi disputado estava apto a receber os torcedores. Devido a um impasse jurídico, não havia policiais militares fazendo a segurança interna do estádio.

Segundo a Polícia Militar de Santa Catarina, a decisão de limitar a presença policial à área externa da Arena Joinville foi tomada após o Ministério Público (MP) estadual ajuizar, na Justiça catarinense, ação civil pública pedindo que possíveis falhas estruturais do estádio fossem sanadas e que o comando-geral da PM fosse proibido de deslocar policiais para garantir a segurança de um evento privado. O Ministério Público, no entanto, lembra que como a ação ainda não foi julgada, a PM não estava obrigada a cumprir a orientação.

Segundo a prefeitura de Joinville, foi a própria PM quem definiu o número (90) de seguranças particulares contratados para o jogo e autorizou que o Atlético Paranaense cedesse parte dos ingressos a que tinha direito para a torcida vascaína que, por ser em maior número, acabou ocupando parte do setor reservado aos atleticanos, separados apenas por uma corda e por grades descontínuas.

Exibidas pela imprensa de vários países, que lembraram que o Brasil está prestes a sediar a Copa do Mundo de Futebol de 2014, as cenas de violência motivaram os ministérios do Esporte e da Justiça a convidar representantes do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para rediscutir a segurança nos estádios. Representantes das federações e dos clubes de futebol também vão participar da reunião, prevista para a próxima quinta-feira (12), em Brasília.

Edição: José Romildo
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