Manifestantes protestam no vão-livre do Masp por moradias populares

11/12/2013 - 10h25

Camila Maciel
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Cerca de 400 pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar, participam neste momento de um protesto para reivindicar moradias populares, no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista. De acordo com o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), 3 mil pessoas participam da manifestação.

"A prefeitura não tem atendido as ocupações em situação de despejo, não tem apresentado alternativa habitacional e congelou o bolsa-aluguel [não estão sendo incluídos novos beneficiários]", explicou Guilherme Boulos, integrante do MTST. Os manifestantes, que vieram de 12 ocupações das zonas sul e norte da cidade, devem sair em marcha até a prefeitura, no Viaduto do Chá, no centro de São Paulo.

Boulos explicou que um dos principais problemas para a viabilização de empreendimentos habitacionais é a falta de terrenos. "Mesmo nas ocupações em áreas municipais, a negociação tem sido extremamente difícil", avaliou. Ele citou como exemplo as comunidades Dona Deda e Capadócia, ambas na zona sul e criticou as recentes ações de despejo, como as que ocorreram na Vila Andrade e na Estaiadinha.

Após cobrar medidas do governo municipal, a manifestação segue para a sede da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), do governo estadual, também no centro da capital paulista. Eles devem reivindicar, além da inclusão de novos beneficiários no programa de auxílio-moradia, mais recursos para o Programa Casa Paulista, similar ao Minha Casa, Minha Vida, do governo federal.

Boulos destaca que a bolsa aluguel é fundamental para o atendimento de famílias em maior risco, enquanto a situação não é resolvida em definitivo. Ele avaliou ainda que os reajustes crescentes nos valores dos aluguéis têm agravado o problema da moradia em São Paulo. "Propomos uma política de controle desses reajustes com base na inflação. É uma lei viável que precisa de enfrentamento do mercado imobiliário. Se os governos não fizerem isso, vamos continuar tento famílias expulsas, sendo obrigadas a fazer novas ocupações e logo serão despejadas", informou.

Edição: Denise Griesinger
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