Da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A pesquisa Saúde Urbana – Homicídios no Entorno das Favelas do Rio, feita pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica em Saúde (Icict) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com o Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp), aponta para alto índice de homicídios nas áreas em volta dessas comunidades.
Durante todo o dia de hoje (4), um seminário sobre o projeto das unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) discutiu essa questão da violência e nova política de segurança e a questão da cidadania dentro das comunidades pacificadas. A pesquisa também apontou o avanço das milícias, principalmente na zona oeste da cidade. Para a antropóloga Alba Zaluar, que coordenou o seminário, as milícias têm avançado em favelas antes dominadas pelo tráfico, que estão perdendo cada vez mais espaço para as UPPs.
"De fato, dá para observar que o mapa do Rio está deixando de ser vermelho, virando azul e amarelo. O que vai acontecer daqui para a frente nós temos que acompanhar, monitorar. Sobre o futuro das UPPs, estamos conversando e discutindo com os comandantes das unidades, com o comando-geral da UPP, com o comandante-geral da Polícia Militar (PM), para saber quais são os possíveis caminhos a serem seguidos e que, no nosso entender, são mais eficazes, melhores, que vão aumentar a capacidade de governanças deles", declarou.
Na avaliação da líder comunitária Lúcia Cabral, que mora no Complexo do Alemão, na zona norte da cidade, desde a pacificação, a comunidade tem passado por muitas mudanças, principalmente em relação aos anos de abandono do Poder Público em áreas que antes eram dominadas pelo tráfico. "A UPP foi um passo para que o Rio de Janeiro se desse conta do problema que vive e partisse para o combate, para assim, como a favela, a sociedade, no geral, se sentisse parte, lutando por mudanças", disse.
Edição: Aécio Amado
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